Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que o Tocantins reduziu em 55% a ação de desmatamento, sendo a unidade federativa que mais diminuiu essa prática entre os nove estados que compõem a Amazônia Legal. As informações são referentes aos meses de agosto de 2016 a julho de 2017, foram divulgadas nos últimos dias e podem ser consultadas neste link.
O Tocantins lidera a lista com a redução de desmatamento, seguido por Roraima, que teve uma baixa de 43% no desflorestamento, e em terceiro lugar o Acre, que conseguiu uma diminuição de 34%. Além dos três estados citados, a Amazônia Legal é composta ainda pelos estados do Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Roraima.
A secretária estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Meire Carreira, afirmou que a atuação do Governo do Tocantins é baseado em dois eixos: os instrumentos de comando e controle e as ações de fomento e incentivos. “As nossas ações e projetos são planejados para aprimorar a gestão e sustentabilidade ambiental aliado ao desenvolvimento econômico do estado”, explicou a gestora.
Entre os instrumentos de comando e controle efetivados pela Semarh estão o Projeto CAR/Tocantins Legal, firmado por meio de convênio com o Fundo Amazônia. “Com a implantação do CAR, o Governo está realizando um raio-X das propriedades rurais, identificando áreas de proteção, nascentes e passivos ambientais. Todo este trabalho tem como objetivo macro o planejamento ambiental, monitoramento, combate ao desmatamento e regularização ambiental”, afirmou. Outro ponto destacado pela secretária é que o CAR é uma ferramenta necessária para a regularização ambiental de propriedades rurais. “Com o cadastramento poderá ser analisado se a propriedade é compatível ambientalmente com o Código Florestal, ajudando o governo no cálculo de quantos hectares devem ser reflorestados”, disse.
O monitoramento ambiental via imagens cartográficas, de acordo com Meire Carreira, é um dos investimentos robustos, via implantação da Plataforma de Compartilhamento de Informações (PCI - Semarh). “A PCI possibilita a consulta de imagens resultantes do mapeamento por imagens de satélites de todo o Tocantins e prevê a possibilidade de compartilhar também a base vetorial digital do Estado, auxiliando o monitoramento das áreas desmatadas”, pontuou.
A Semarh também fortelece o campo da pesquisa com a efetivação do Centro de Monitoramento Ambiental e Manejo do Fogo (CEMAF), em parceria com a Universidade Federal do Tocantins (UFT) de Gurupi. O diretor de Gestão Ambiental, Rubens Brito, destacou que o Centro desenvolve trabalhos técnico-científicos para suprir demandas principalmente na área de monitoramento ambiental. “Um investimento para compreender a dinâmica do fogo no Cerrado e evitar grandes perdas do bioma”, ressaltou.
REDD+
No segundo eixo, o Governo do Estado atua com ferramentas econômicas com o objetivo de incentivar novos comportamentos na sociedade e empresas, para que os mesmos possam agir de forma mais responsável e sustentável. Para isso, o Programa Jurisdicional de REDD+, será um braço para permitir ao Tocantins transformar serviços ambientais em ativos financeiros, por intermédio da criação de unidades de redução de emissões verificadas. Para isso, está prevista a criação de mecanismos legais, como a Política Estadual sobre Mudança do Clima e Serviços Ambientais do Tocantins, de acordo com as normas internacionais, e a utilização de imagens de satélite, a PCI, para análise e monitoramento, a fim de permitir a geração transparente de reduções de emissão verificada.
Visando implementar um Programa Jurisdicional de REDD+ no Tocantins, a Semarh realizou um estudo, conforme destaca Rubens Brito, para analisar a viabilidade de implementação de um Programa Jurisdicional para Serviços Ambientais e Redução de Emissões no estado. “O programa tem como meta evitar o desmatamento e a degradação da vegetação nativa remanescente nos biomas Cerrado e Amazônia, identificando vetores e causas primárias, e demonstrou que os pagamentos por serviços ambientais e/ou redução de emissões são possíveis soluções para o problema”, enalteceu Brito.
Ano/Estados | AC | AM | AP | MA | MT | PA | RO | RR | TO | AMZ LEGAL | |
2004 | 728 | 1232 | 46 | 755 | 11814 | 8870 | 3858 | 311 | 158 | 27772 | |
2005 | 592 | 775 | 33 | 922 | 7145 | 5899 | 3244 | 133 | 271 | 19014 | |
2006 | 398 | 788 | 30 | 674 | 4333 | 5659 | 2049 | 231 | 124 | 14286 | |
2007 | 184 | 610 | 39 | 631 | 2678 | 5526 | 1611 | 309 | 63 | 11651 | |
2008 | 254 | 604 | 100 | 1271 | 3258 | 5607 | 1136 | 574 | 107 | 12911 | |
2009 | 167 | 405 | 70 | 828 | 1049 | 4281 | 482 | 121 | 61 | 7464 | |
2010 | 259 | 595 | 53 | 712 | 871 | 3770 | 435 | 256 | 49 | 7000 | |
2011 | 280 | 502 | 66 | 396 | 1120 | 3008 | 865 | 141 | 40 | 6418 | |
2012 | 305 | 523 | 27 | 269 | 757 | 1741 | 773 | 124 | 52 | 4571 | |
2013 | 221 | 583 | 23 | 403 | 1139 | 2346 | 932 | 170 | 74 | 5891 | |
2014 | 309 | 500 | 31 | 257 | 1075 | 1887 | 684 | 219 | 50 | 5012 | |
2015 | 264 | 712 | 25 | 209 | 1601 | 2153 | 1030 | 156 | 57 | 6207 | |
2016 | 372 | 1129 | 17 | 258 | 1489 | 2992 | 1376 | 202 | 58 | 7893 | |
2017 | 244 | 965 | 31 | 237 | 1341 | 2413 | 1252 | 115 | 26 | 6624 | |
Var. 2017-2016 | -34% | -15% | 82% | -8% | -10% | -19% | -9% | -43% | -55% | -16% | |
Var. 2017-2004 | -66% | -22% | -33% | -69% | -89% | -73% | -68% | -63% | -84% | -76% | |
Taxa PRODES 2004 a 2017Desmatamento no Tocantins caiu 55% |