Lançado em novembro de 2015 e finalizado em outubro e 2017, mais uma fase o Programa Fitossanitário, financiado pelo Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), sob a coordenação técnica da Associação Baiana de Produtores de Algodão (Abapa), traz, como resultados, indicadores que revelam êxito na proteção dos cotonicultores do estado da Bahia contra possíveis danos econômicos causados pelas pragas do algodoeiro. Uma série de ações foram postas em prática alicerçadas por planejamentos prévios, nas regiões produtoras.
Durante a execução, e para tornar mais abrangente e eficiente a atuação do programa, a Abapa trabalhou com uma equipe de 14 técnicos distribuídos em 18 núcleos produtivos no oeste e sudoeste baiano com capacitações, treinamentos, orientações e suporte técnico. O monitoramento do bicudo do algodoeiro, contou com a instalação de armadilhas ao longo do período da entressafra das lavouras, vazio sanitário no período de 20 de setembro a 20 de novembro de cada ano como forma de garantir um indicador da praga para tomada de decisões no início de cada safra de algodão, evitando uma possível evolução da doença.
Todas as propriedades (cultivo de algodão e área de rotação) e algodoeiras foram visitadas e monitoradas, assim como o início da semeadura da soja que sucedeu o algodão safra 2017/18. O programa Fitossanitário da Abapa, conta com o apoio operacional e logístico aos projetos de pesquisas de instituições como Universidade de São Paulo (Usp – Esalq), Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Embrapa, Aiba, Fundação Bahia e outras empresas do agronegócio.
Na região oeste foram realizadas 668 visitas nas 181 propriedades de algodão e áreas de rotação, para as 74 algodoeiras foram 68 visitas. Já a região sudoeste do Estado recebeu 618 visitas nas 583 propriedades, a maioria de pequenos produtores. “Nossas equipes percorreram estas áreas semanalmente ou quinzenalmente, em 201.634 hectares de algodão e mais de 160 mil hectares de áreas de rotação levando orientação para que todos tivessem sucesso na redução às pragas, seguidas de relatórios enviados para todos os núcleos produtores”, explica o coordenador do programa da Abapa, Antônio Carlos Araújo.
Fizeram parte do projeto de guerra ao bicudo – que possui um ciclo rápido de reprodução, em torno de 18 - 21 dias, e em uma única safra pode ter até cinco gerações de insetos, dificultando o controle na lavoura – uma série de palestras, treinamentos envolvendo produtores, agrônomos, consultores, técnicos e gerentes das propriedades. A eliminação das tigueras de algodão existentes em rodovias, BR’s e estradas vicinais contou com a união de produtores, equipes do programa fitossanitário e prefeituras municipais que juntos, utilizaram capina mecânica e bons manejos para destruição e proliferação do inseto.
Na avaliação do presidente da Abapa, Júlio Cezar Busato, o trabalho de enfrentamento traz resultados importantes na eliminação do bicudo nas áreas monitoradas pelo programa. “Os agricultores estão conscientes sobre o seu papel de cuidar e proteger as lavouras, mas, sempre observando e conversando com os seus vizinhos para que a praga não se dissemine. Cada um, fazendo a sua parte, vamos continuar tendo bons resultados e, buscando o fim do bicudo no oeste e sudoeste da Bahia. Estamos caminhando para isso”, diz.