A senadora Kátia Abreu (sem partido), presidente do sistema Faet/Senar, reuniu a imprensa na manhã desta quinta-feira, 15, na sede do sistema, em Palmas/TO, para apresentar o projeto “O Campo na Classe Média no Tocantins”. Com o objetivo de promover a melhoria de renda de pequenos produtores rurais, o projeto pretende tirar famílias que vivem do campo da situação de pobreza e situá-las na classe média do campo.
Para isso a senadora e sua equipe preparam um estudo detalhado das condições destas famílias no Tocantins, com base em dados obtidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a senadora, o projeto irá atender 300 produtores rurais em 3 microrregiões do Estado, divididas nos municípios de Araguatins e Augustinópolis, com 150 produtores; Couto Magalhães, com 60 produtores; e Formoso do Araguaia, com 90 produtores.
A meta é elevar a renda mensal destes agricultores para mais de R$ 2.922,00 por mês. Para atingir este resultado o projeto terá início com um diagnóstico para identificar a produção predominante em cada região. A partir daí será realizada uma seleção dos produtores com renda abaixo de 3 salários mínimos que participarão do programa.
O projeto pretende ainda levar consultoria em inovação tecnológica, formação profissional rural focada em associativismo e cooperativismo, promoção social, qualificação em gestão de negócios, inclusão digital, corrigir imperfeições do mercado, disponibilidade de crédito e um acompanhamento mensal dos produtores para verificar a evolução dos negócios e da renda no campo. Todo este processo levaria cerca de 2 anos, segundo a senadora, a um custo total de R$ 2.007.500,00.
De acordo com o último censo agropecuário realizado em 2006 pelo IBGE, mais de 38 mil estabelecimentos rurais no Tocantins pertencem a famílias das classes D e E, o que equivale a 67,3% do total de propriedades rurais do estado. Apesar de ser um número expressivo, estas propriedades nas mãos dos mais pobres são responsáveis por apenas 10,3% da produção rural do Estado.
Em contrapartida as classes A e B detêm pouco mais de 3 mil estabelecimentos rurais que produzem mais da metade da produção agrícola tocantinense, 75,5%. Para Kátia Abreu essa é a realidade a ser mudada no Tocantins. “O nosso objetivo é fazer com que esses produtores saiam das classes D e E e que possam entrar na classe média ganhando de 3 a 5 salários mínimos, cada um deles, por mês”, declarou.
Nos municípios onde o projeto deverá ser realizado estas famílias pobres correspondem a mais de 90% da população. Em Couto Magalhães, por exemplo, 96,6% das famílias ganham menos de 3 salários mínimos. Os dados são do IBGE.
Kátia Abreu esclareceu ainda que o projeto deverá ser realizado nos projetos de assentamentos rurais (PA) que, juntos, somam mais de 100 mil hectares, sendo o menor deles em Formoso do Araguaia com 7.741 ha e o maior em Araguatins com 56.609 ha. Nos municípios selecionados as principais cadeias produtivas são a bovinocultura de leite e corte e o cultivo de grãos, atividades sobre as quais os produtores serão melhores capacitados, segundo as pretensões do projeto.
“Este não é apenas um programa emergencial, não é apenas uma assistência social. Precisamos de um programa com começo, meio e fim e com muita persistência, porque combater a pobreza não é fácil”, finalizou a senadora.