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Cultura

A pesquisa foi realizada pelo jornalista e professor Paulo Albuquerque, e acaba de ser selecionada pelo Prominc, da Fundação Cultural de Palmas

A pesquisa foi realizada pelo jornalista e professor Paulo Albuquerque, e acaba de ser selecionada pelo Prominc, da Fundação Cultural de Palmas Foto: Divulgação

Foto: Divulgação A pesquisa foi realizada pelo jornalista e professor Paulo Albuquerque, e acaba de ser selecionada pelo Prominc, da Fundação Cultural de Palmas A pesquisa foi realizada pelo jornalista e professor Paulo Albuquerque, e acaba de ser selecionada pelo Prominc, da Fundação Cultural de Palmas

A identidade tocantinense em narrativas da música regional é uma pesquisa realizada entre os anos de 2016 e 2017 pelo jornalista e professor do Centro Universitário UnirG, Paulo Albuquerque. O trabalho fez parte das atividades para a obtenção do título de mestre em Comunicação e Sociedade pela Universidade Federal do Tocantins. E sob a orientação da doutora em Comunicação, Verônica Dantas Meneses, agora vai tomar a forma de livro, depois de ter sido selecionado pelo edital Prominc (Programa de Incentivo à Cultura) da Fundação Cultural do município de Palmas.

O livro, que tem o título provisório de ‘Cantos em SI: a identidade tocantinense’, analisa 24 obras musicais dos compositores Braguinha Barroso, Dorivã, Éverton dos Andes, Genésio Tocantins, Juraíldes da Cruz e Lucimar. O trabalho, segundo Paulo, tem o objetivo de identificar enunciados que evidenciem os elementos regionais nas letras, melodias, arranjos, estórias e ideologias. “É preciso conhecer o que dizem os narradores. Queremos entender onde está a tocantinidade nas obras deles”.

Segundo o autor, a formação político-social-cultural plural do Tocantins, ao mesmo tempo em que se apresenta como um desafio para os narradores regionais diante de tanta gente com raízes culturais diferentes, não deixa de ser uma oportunidade. “Boa parte dos habitantes, especialmente nas cidades mais povoadas, não tem raízes culturais ou históricas com a localidade já que vieram nos movimentos migratórios a partir da criação do Estado”, afirma Paulo. O grande desafio está justamente na concorrência com os veículos de comunicação de massa, que seguem alheios aos produtos regionais; e nos escassos incentivos do governo.

Em um dos capítulos do livro o autor externa preocupação com a retração de festivais e feiras, onde os narradores geralmente mostram seus trabalhos e pesquisas. “Nos primeiros anos do Tocantins tivemos eventos importantes, a exemplo de Cantocantins, Cantos do Tocantins, Fecoarte e outros tantos. Músicas eram gravadas, distribuídas e o público estava se acostumando a consumi-las. Estamos sem políticas culturais sérias no momento”, critica. Os artistas continuam produzindo, na conclusão de Paulo, mas os espaços para mostrarem sua arte é que estão cada vez mais restritos.

Paulo concluiu, também, que é um desperdício ignorar os elementos da nação do norte goiano, que padeceu e lutou para ser reconhecida durante ao menos dois séculos. “É uma traição não pensar neste sentimento de regionalidade, que além de ter importância para o entendimento de identidade ainda significa uma oportunidade para a economia local”, acredita o autor.

Além das análises críticas, o livro de Paulo Albuquerque vai trazer as 24 obras escritas para leitura em partitura, com as letras e as cifras para acompanhamento instrumental. Será distribuído junto ao livro um CD contendo todas as músicas analisadas.

Perfil

Paulo Roberto Albuquerque de Lima nasceu em 22 de agosto de 1963 na cidade de Cruz Alta–RS. Paulo Albuquerque, como é conhecido, chegou ao Tocantins em setembro de 1989 atraído pela criação do novo Estado. Atuou inicialmente como advogado e professor até 1996 na cidade de Gurupi.

Músico profissional e compositor tornou-se imediatamente conhecido por sua arte em todo o Tocantins. Participou do I Cantocantins, Cantos do Tocantins e Tocantins Popular, com temas tocantinenses. Apesar da origem sulista, Paulo é reconhecido como pesquisador e divulgador da arte e dos temas tocantinenses.

Criou em 1990 o Festival da Canção (FESC), primeiro festival tocantinense a gravar os vencedores em vinil e CD; criou o Festival Universitário da Canção (FUC) quando era assessor de imprensa da Faculdade UnirG em 2001, evento retomado em 2010 por ele mesmo já como coordenador do Curso de Jornalismo do Centro Universitário UnirG.