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Palmas

Prefeito Carlos Amastha e o agora ex-diretor de investimentos do PreviPalmas, Fábio Martins (D)

Prefeito Carlos Amastha e o agora ex-diretor de investimentos do PreviPalmas, Fábio Martins (D) Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Prefeito Carlos Amastha e o agora ex-diretor de investimentos do PreviPalmas, Fábio Martins (D) Prefeito Carlos Amastha e o agora ex-diretor de investimentos do PreviPalmas, Fábio Martins (D)

A exoneração do ex-diretor de investimentos do Instituto de Previdência Social do Município de Palmas (PreviPalmas,) Fábio Martins, foi publicada no Diário Oficial do Município desta última segunda-feira, 12, (Edição nº 1.956.) O prefeito de Palmas, Carlos Amastha já havia anunciado antecipadamente que demitiria o diretor de investimentos em um vídeo divulgado em suas redes sociais no qual admite a aplicação de risco no valor de R$ 30 milhões feita através do PreviPalmas no fundo de investimentos Cais Mauá, através da Icla Trust, o novo nome da NSG, que deu prejuízo de R$ 330 milhões ao Igeprev.

“Corri, liguei pro prefeito de Porto Alegre e [ele] me deixou tranquilo sobre a viabilidade do projeto [...] O problema não está em que foi aplicado, o problema está que a instituição usada foi a Icla, que se juntou aos piores políticos e administradores do Tocantins para roupar o Igeprev e ao nosso conhecimento isso nunca aconteceu.” Disse o prefeito no vídeo em tom confessional.

Tentando se eximir da culpa, Amastha diz que, para ele, quem estaria fazendo a gestão seria a Reag. “O que a gente veio a saber é que a Reag, efetivamente assumiria, como já assumiu, e a Reag é um dos maiores fundos de investimento do Brasil, que traz total e absoluta segurança”. Amastha diz no entanto, que, quando o dinheiro foi transferido a Reag ainda não havia assumido a gestão.

O prefeito diz ainda que pediu para ser feito um comitê de investimento do PreviPalmas, que sugeriu o afastamento do diretor do Instituto. “Além de afastar, estou demitindo”. A demissão do diretor de investimentos do Instituto também foi defendida pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Palmas. Segundo Heguel Albuquerque, presidente do sindicato, Fábio Martins não teria respeitado os trâmites legais da política de investimentos do PreviPalmas.

O pedido do Sisemp foi feito durante a reunião do Conselho Municipal de Previdência (CMP) nesta segunda. Fábio Martins participou do reunião e apresentou aos membros do comitê os números referentes aos investimentos. “Foi uma aplicação que não passou pela aprovação do Conselho de Previdência, a política de investimentos não foi respeitada e os percentuais normatizados também não. Isso é motivo mais que válido para termos pleiteado o afastamento dele”, afirmou. Albuquerque disse ainda que o Sisemp avalia também cobrar do presidente do PreviPalmas, Max Fleury, a responsabilização pelos investimentos.

CPI

O prefeito Carlos Amastha menciona no final do vídeo que vai pedir ao presidente da Câmara de Palmas e aliado político, José do Lago Folha Filho (PSB), a instalação de uma CPI para investigar os investimentos do PreviPalmas. “Por enquanto não estamos vendo dolo, mas é a hora dos vereadores assumirem o compromisso de verificar se aconteceu algum crime”.

A iniciativa do prefeito, entretanto, soa pura falácia, uma vez que já há uma CPI para investigar o PreviPalmas aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara de Palmas. O autor do requerimento desta CPI é o vereador de oposição, Júnior Geo (PROS). O Conexão Tocantins tentou contato por telefone com o vereador, mas as ligações não foram atendidas. 

As assinaturas para a abertura da CPI foram recolhidas ainda em abril do ano passado, mas a mesa diretora da casa nunca deu prosseguimento à pauta.

Réu Confesso

Para o ex-presidente do conselho do PreviPalmas, Antônio Chrysippo de Aguiar, o apelo de Amastha pela abertura de uma CPI seria uma tentativa de se eximir da culpa pelas irregularidades no PreviPalmas. “Soa como réu confesso! Finalmente está confessada parte dos crimes que aconteceram dentro do PreviPalmas”, frisou.

Em 2017 o ex-conselheiro pediu auditoria nas contas  após o sistema de informática do Previpalmas ter sido repassado à Secretaria Municipal de Finanças, pelo período de 30 dias, entre os meses de setembro e outubro de 2016. Nos anos de 2015 e 2016 Chrysippo de Aguiar chegou a ingressar com notícias crime, na Superintendência da Polícia Federal no Tocantins, contra a gestão do Previpalmas, denunciando supostos atos de improbidade administrativa em desfavor do atual prefeito de Palmas, Carlos Amastha, e ex-­presidentes do Instituto.

Ex-diretor

O Conexão Tocantins também tentou falar com o ex-diretor de investimentos, Fábio Martins, mas os telefones encontram-se na caixa de mensagens.