Em uma investigação, o estudo dos perfis de manchas de sangue pode revelar o que ocorreu no local do crime, como, quando e até quem esteve presente durante a ocorrência. Este estudo é realizado por um profissional perito e demonstra como a ciência e a tecnologia podem ser utilizadas para colaborar com a justiça para identificar e punir culpados.
O estudo destes perfis é apenas o exemplo de uma das técnicas utilizadas pela perícia brasileira nesse trabalho. São diversas as áreas e inovações atuais e muitas delas serão apresentadas ao público tocantinense durante o 3º Simpósio da Perícia Criminal do Estado do Tocantins, que será realizado nos próximos dias 3 e 4 de maio, no auditório Cuíca da Universidade Federal do Tocantins (UFT), em Palmas.
Na programação, profissionais renomados da perícia brasileira vão abordar temas diversos como a utilização de drones no trabalho dos peritos, novidades na identificação de perfis de sangue e de drogas sintéticas, perícia financeira, de trânsito, dentre outros.
Também serão apresentados trabalhos realizados em casos de repercussão nacional como a chacina de Pau D’Arco, crime que aconteceu em 2017 em uma fazenda localizada no município de Pau D’Arco, no sudeste do Estado do Pará e vitimou 10 posseiros locais.
Na época, por determinação do Ministério da Justiça, a perícia federal foi acionada para conduzir a reprodução simulada, 60 dias após o confronto. O episódio é considerado a maior reprodução simulada já realizada pelas polícias brasileiras. Foram seis dias de trabalho in loco, 29 versões da história, 36 horas de gravações e 40 dias para que sete peritos criminais federais concluíssem um laudo de 122 páginas.
Casos locais como a tentativa de fraude ao exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que aconteceu em Palmas também serão apresentados, demonstrando como a grafoscopia pode atuar a serviço da Justiça, entre outras abordagens.
O Simpósio é promovido pela Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) e pelo Sindicato dos Peritos Oficiais do Estado do Tocantins (SINDIPERITO) e tem o objetivo de fomentar o debate relacionado à intersecção entre as áreas jurídica e pericial, além de demonstrar os avanços da Perícia Oficial, de natureza criminal.
Podem se inscrever até o dia 2 de maio de 2018, além dos peritos criminais oficiais, operadores da área de segurança pública, comunidade acadêmica e operadores do Direito. Valores e formas de inscrição estão disponíveis em material disponibilizado no site da Escola Superior da Magistratura Tocantinense (Esmat), no endereço: esmat.tjto.jus.br.