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Cultura

Foto: Divulgação Diretor do filme, o cineasta Luiz Bolognesi estará presente na sessão especial Diretor do filme, o cineasta Luiz Bolognesi estará presente na sessão especial

O tema da intolerância religiosa, do etnocídio, e da conversão forçada de povos indígenas é retratado com beleza plástica e cuidado no filme Ex-Pajé, que contará com sessão especial em Palmas pelo projeto Telas em Cena na próxima quinta-feira, 20, às 19h30, no Cine Cultura. Diretor do filme, o cineasta Luiz Bolognesi estará presente na sessão especial para participar de um bate-papo com profissionais regionais do audiovisual e comunidade em geral.

O documentário “Ex-Páje” conta a história de um poderoso pajé que passa a questionar sua fé depois de seu primeiro contato com brancos que julgam sua religião como demoníaca. No entanto, a missão evangelizadora comandada por um pastor intolerante é posta em cheque quando a morte passa a rondar a aldeia e a sensibilidade do índio em relação aos espíritos da floresta mostra-se indispensável.

Conforme Luiz Bolognesi, a obra de 81 minutos mostra as consequências do avanço das madeireiras, do agronegócio e, mais especificamente, da religião evangélica neopentecostal na tribo dos Paiter Suruí. “O filme retrata a experiência indígena brasileira nos tempos atuais de dentro para fora. Se mantém longe dos clichês românticos. Ele tem cenas que são flagrantes: a gente abriu a câmera e filmou o que estava acontecendo. E também cenas baseadas nas histórias que eles contavam”, explica.

Perfil

Luiz Bolognesi escreveu e dirigiu o longa-metragem de animação Uma História de Amor e Fúria (2013), vencedor do prêmio Cristal de Melhor Longa Metragem em Annecy (França), o principal festival de animação do mundo. O filme foi exibido nos cinemas de seis continentes e também premiado nos festivais de Tóquio, Shangai, Atenas, Bordeaux, Strasbourg, Buenos Aires e pela Academia Brasileira de Cinema. Foi exibido na América Latina pela HBO e tem exibição programada na TV Globo.

Bolognesi dirigiu o curta Pedro e o Senhor (1995) e co-dirigiu os documentários Cine Mambembe, O Cinema Descobre o Brasil (1999), A Guerra dos Paulistas (2002), Lutas.doc (2011), Educação.doc (2014) e Juventude Conectada (2015). Cine Mambembe foi premiado em Nova York, Havana, Montevidéu e Gramado e Educação.doc, exibido no Fantástico e Globo News.

Como roteirista, escreveu os roteiros dos filmes Bicho de Sete Cabeças (2001), O Mundo em Duas Voltas (2006), Chega de Saudade (2007), Terra Vermelha (2008), As Melhores Coisas do Mundo (2010) e Amazônia, Planeta Verde (2014), que receberam prêmios de melhor roteiro da Academia Brasileira de Cinema, APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) e nos festivais de Brasília e Recife. Além dos prêmios de roteiro, esses filmes participaram e foram premiados em diversos festivais, como Veneza, Toronto, Locarno, Biarritz, Los Angeles, Roma, Miami, Havana, Nova Delhi, Recife, Gramado e Brasília. Foram vendidos para cinco continentes e vistos por mais de 40 milhões de espectadores em televisões de diversos países, inclusive Rede Globo e HBO América Latina. Em 2015, desenvolveu os roteiros dos longas-metragens: Elis, Como Nossos Pais e Bingo - O Rei das Manhãs.

Audiovisual

Responsável pelo projeto, o cineasta Nival Correia, conta que o objetivo é estimular a produção audiovisual no Tocantins, oferecendo uma interatividade entre os profissionais nacionais e regionais. Ele destaca que Luiz Bolognesi é não só um grande profissional como cineasta, como também de projetos de capacitação para a área, como os projetos de cinema itinerante e oficinas audiovisuais Cine Mambembe e Cine Tela Brasil, promovendo o encontro entre cinema e educação nas comunidades de baixa renda. “O projeto já levou mais de 1.3 milhões de pessoas ao cinema em 759 bairros de todo o Brasil e produziu mais de 450 curtas de jovens moradores de periferias”, lembra Nival.

Projeto

O projeto Telas Em Cena divide-se em quatro eixos:  Informação, Política e Diretrizes, Intercâmbio, e Difusão com ações direcionadas que   atendem demandas de produtores locais, diretores, roteiristas, Estudantes da Rede Pública de ensino, Crianças, adolescentes e jovens, Idosos, Populações de baixa renda de Zona Rural e situação de vulnerabilidade.

Responsável pelo projeto, Nival Correia conta que a proposta é contribuir para o desenvolvimento e fortalecimento da cena audiovisual palmense. "Palmas tem se destacado através do enfoque audiovisual, com produções independentes locais e a nível nacional, com produções de grande visibilidade como filmes e novelas, que potencializaram os recursos criativos da cidade, gerando emprego e renda de forma direta com a contratação de profissionais locais e com a prestação de serviços", conta.

A atividade é uma realização do Instituto Social do Tocantins  em  parceria com a Fundação Cultural de Palmas e Ministério da Cultura, através do edital de Pontos de Cultura de Palmas. O projeto tem o apoio da Fundação Escola de Saúde Pública (Fesp) e restaurante Maria Isabel Cozinha Contemporânea.