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Campo

Foto: Divulgação/Abapa

O projeto piloto que prevê o incentivo do plantio e desenvolvimento do algodão baiano por meio da transferência de tecnologia aos produtores do sudoeste da Bahia prova que está no caminho certo e com resultados concretos. Um dia de campo realizado na Fazenda Cumbica, do agricultor Manoel Rubens, município de Palmas do Monte Alto (BA), serviu para demonstrar aos participantes que por meio de inovações tecnológicas é possível cultivar algodão irrigado como uma solução para a agricultura familiar no semiárido. O projeto é da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e conta com investimentos de R$ 328,2 mil, com recursos do Fundo do Desenvolvimento do Agronegócio (Fundeagro). 

O Sudoeste possui vocação histórica no cultivo do algodão, porém, foi prejudicado nas últimas décadas por veranicos intensos e prolongados, e pelo bicudo do algodoeiro, que destruiu lavouras. Após a transferência de tecnologia e os kits de irrigação oferecidos pela Abapa, a realidade começa a mudar. “Os resultados estão aí, aumento de produtividade e rotação de cultura em áreas até então improdutivas, com a irrigação e a tecnologia que oferecemos, estes produtores começam a ter uma melhor qualidade de vida”, destaca o presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato.

Durante o dia de campo, agentes financeiros como Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Caixa Econômica Federal foram convidados a participar e conhecer de perto os resultados alcançados pelos produtores com a utilização dos kits que, em alguns casos, chegaram a 400 arrobas por hectare, enquanto as médias do sequeiro estão entre 50 a 60 arrobas, devido à irregularidade das chuvas. O objetivo, ao chamar as instituições financeiras, é que estas, passem a oferecer linhas de crédito ao agricultor familiar para a aquisição de novos kits, e consequentemente, haja o fortalecimento agrícola do sudoeste baiano.

“Temos agricultores que iniciaram a irrigação com um kit doado pela Abapa, após a primeira colheita, graças aos bons resultados alcançados investiram e hoje já contam com cinco equipamentos, aumentaram suas áreas produtivas e além do algodão, fazem a rotação de culturas com milho, melancia, feijão e abóbora. Esse é um ganho considerável porque além do lucro em si, o projeto possibilita com que as famílias permaneçam no campo”, destaca o coordenador do Programa Fitossanitário da Abapa, Antônio Carlos de Araújo.

A iniciativa em realizar o evento partiu do proprietário da Fazenda, o agricultor Manoel Rubens, um grande incentivador para que outros produtores adotem os kits de irrigação no cultivo do algodão. “Fiz questão de mostrar essa área experimental que plantamos para que o pequeno produtor entenda que existem alternativas para se produzir não apenas no sequeiro. Vamos colocar nossa secretaria de agricultura acompanhar os produtores da região e buscar, junto ao Governo do Estado, apoio financeiro para que estes agricultores adquiriam seus kits e produzam com segurança e sustentabilidade”, diz Manoel Rubens que também é prefeito de Palmas do Monte Alto.