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Foto: Rodrigo Véras da Costa

Foto: Rodrigo Véras da Costa

Nas plantas, podem existir fungos que produzem substâncias químicas tóxicas chamadas micotoxinas. Entre os principais tipos de micotoxinas, estão as aflatoxinas, que atacam, por exemplo, a cultura do milho. Para discutir essa questão, acontece no auditório da Embrapa (Prolongamento da Avenida NS 10, cruzamento com a Avenida LO 18, sentido Norte, loteamento Água Fria, Palmas-TO) na próxima quinta-feira 1º de novembro em reunião técnica. O pesquisador Rodrigo Véras da Costa, da Embrapa, vai falar sobre identificação e manejo de aflatoxinas em milho.

Sobre os danos a essa cultura agrícola, ele explica que “a aflatoxina é uma toxina produzida, principalmente, pelo fungo Aspergillus flavus, que coloniza e causa o mofamento dos grãos, tornando-os impróprios para o consumo. Esta micotoxina é um metabólito secundário produzido durante o crescimento do fungo nos grãos”. Se para a planta de milho a micotoxina causa impropriedade no consumo, para os animais, entre eles o homem, o dano pode ser ainda maior.

De acordo com Rodrigo, “a aflatoxina é um dos compostos naturais mais tóxicos existentes na Terra. Está relacionada a diversos problemas de saúde em humanos e em outros animais, sendo considerada com elevado potencial carcinogênico (de provocar câncer) e teratogênico (de provocar danos a fetos). O consumo desta micotoxina está altamente relacionado à ocorrência de câncer de fígado em humanos, sendo considerada um problema de saúde pública”. Acesse a publicação “Micotoxinas em Cadeias Produtivas do Milho: Riscos à Saúde Animal e Humana” clicando neste link.

Até o momento, não há registros de presença de micotoxinas na cultura do milho no Tocantins. Por conta de condições naturais que favorecem a presença do Aspergillus flavus e a consequente produção de micotoxinas e também por conta de condições climáticas que predominam nas regiões onde se produz milho no estado, espera-se que ocorra essa presença. Rodrigo explica que “o fungo Aspergillus flavus é favorecido por temperaturas elevadas e períodos de seca na fase de pré-florescimento. Temperaturas noturnas elevadas também favorecem o crescimento do fungo e a produção da aflatoxina”.

E como evitar essa presença ou, pelo menos, controlar seus danos? Não é simples, nem fácil, já que o milho é uma das culturas agrícolas com mais predisposição à ocorrência de contaminantes em seus grãos e, por isso, as micotoxinas podem ser facilmente detectadas.

“De modo geral, o manejo ou a prevenção começa ainda no campo. Medidas como escolha de híbridos mais resistentes, plantio em épocas recomendadas, evitando-se condições de estresse, principalmente hídrico, na fase de pré-florescimento, utilização de adubações equilibradas, controle de insetos e colheita na época correta, evitando-se deixar o milho por longos períodos no campo, evitar danos nos grãos durante a colheita e o transporte, limpeza e secagem correta dos grãos e armazenamento adequado são medidas que podem ser adotadas para evitar a ocorrência dos fungos toxigênicos e de suas micotoxinas”, detalha o pesquisador da Embrapa.

Para entender melhor como se dá a presença, quais os danos causados e como se pode minorar os transtornos causados pelas aflatoxinas, os produtores, técnicos e demais profissionais interessados poderão participar da reunião técnica com Rodrigo. A Secretaria do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro) recebeu a demanda por parte de atores da cadeia produtiva do milho e, em conjunto com a Embrapa, está organizando a reunião técnica.