Desde que as aulas da rede pública estadual de educação se iniciaram no dia 4 de fevereiro, professores trabalham sem contrato assinado e sem salários, é o que informa profissionais da área. “Estamos trabalhando apenas com as promessas” diz um professor que não quer se identificar, referindo-se ao fato de que, para que continuassem trabalhando, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) deu aos professores apenas a “garantia” verbal de que os contratos seriam assinados.
Não bastasse a incerteza de quando esses contratos finalmente sairão - se sairão - os professores também estão trabalhando sem salários e sem sequer expectativa de quando irão receber pagamento.
Professor contratado há 10 anos, outro educador que também não quer ser identificado resume o sentimento dos colegas, “já estou acostumado a toda aquela via-crucis que de assinar contrato e esperar mais ou menos 3 meses para receber, mas o problema é que esse ano estamos trabalhando desde o dia 4 de fevereiro e até agora ninguém nos deu uma posição, não sabemos quando vamos assinar ou quando vamos receber”. Relata.
Outra queixa é a de que a Seduc não dá nenhum posicionamento a respeito dos contratos e salários. “Não nos dizem nada e estamos vivendo nesta angústia porque, além da falta de segurança, também estamos com medo devido às indicações políticas e a qualquer hora podemos perder o emprego. É muito humilhante”, ressalta outra professora da rede estadual de educação.
Sindicato
Os docentes contam ainda que já procuraram o sindicato da categoria, mas receberam a resposta de que a entidade de classe não poderia atuar neste caso porque os professores são contratado se não concursados.
O Conexão Tocantins entrou em contato com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintet), José Roque Santiago, que confirmou as denúncias feitas pelos professores, informou que o sindicato fez uma denúncia na semana passada junto ao Ministério Público Estadual (MPE) e também levou o caso à Comissão de Educação da Assembleia Legislativa. “Agora estamos aguardando um posicionamento tanto do ministério, quanto dos deputados sobre esses contratos, além de termos questionado à própria Seduc sobre o porquê dessas pessoas estarem em situação irregular no trabalho. Temos que levar em conta o sofrimento delas, uma vez que, esses professores não estão tendo dignidade em sua sobrevivência”, ressalta.
Segundo o sindicato, dos cerca de 5 mil professores contratados, mais de 3 mil estão trabalhando sem contrato assinado e sem salários.
Seduc
Questionada, a Seduc limitou-se a comunicar que “os contratos dos servidores que estão em atuação nas unidades escolares da rede estão sendo preparados e as assinaturas dos mesmos terão início nesta semana”.
Além de não informar a data certa de quando os contratos serão assinados, a Secretaria também não respondeu quantos professores aguardam a assinatura e recebimento de salários.