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Educação

A trajetória de uma vida dedicada a trabalhos jurídicos de defesa dos direitos básicos às pessoas rendeu ao professor da Universidade de Gurupi (UnirG), o advogado Adilar Daltoé, o II prêmio Frei Henri des Roziers de Direitos Humanos. A homenagem aconteceu na noite da última sexta-feira, 12, em Xinguara, no Pará. O evento foi promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da subseção do município paraense.

Daltoé é professor no curso de Direito da Instituição desde 1996, na disciplina de Direito e Processo do Trabalho. Ele percorreu uma longa trajetória de trabalhos realizados com frei Henri. De 1984 a 1992 os dois caminharam juntos na Comissão Pastoral da Terra (CPT - Araguaia Tocantins). Em 1993 o frei mudou-se para o Pará e o advogado continuou a compor a rede de apoio e colaboração ao trabalho desenvolvido pelo amigo.

Adilar recebeu o reconhecimento da sua atuação como um desafio para continuar a jornada que vem sendo trilhada há mais de três décadas. “Estamos vivendo no Brasil, ataques à defesa dos direitos humanos. O prêmio é um estímulo a todos aqueles que lutam para que esses direitos sejam realidade. Para os advogados essas defesas não são virtudes e sim obrigação. É uma condição para o exercício da advocacia, pois ao receber a carteira profissional juram defender os direitos humanos. Com essa homenagem sinto-me desafiado a continuar esse trabalho”, afirmou Adilar Daltoé.

Frei Henri des Roziers

O frade dominicano e advogado nasceu em Paris, em 1930. Mudou-se para o Brasil em 1978, após o contato com brasileiros exilados na França, na época da ditadura militar. A realidade fundiária brasileira o impressionou e ele decidiu vir ao país como missionário, acreditando que sua experiência de advogado poderia contribuir. Henri foi naturalizado brasileiro e se tornou um dos maiores defensores dos direitos dos trabalhadores rurais e camponeses na região de fronteira agrícola da Amazônia.

Ele morou no Tocantins, antigo norte goiano e se inscreveu na OAB de Goiás em 1984. Após a criação do Estado, em 1988, filiou-se a OAB/TO. Na década de 1990 mudou-se para o sul do Pará onde viveu até 2013, quando retornou à França devido a problemas de saúde. Ele morreu em Paris em 2017, aos 87 anos.

No Brasil, Henri encabeçava a lista de religiosos ameaçados de morte. Recebeu prêmios no País e no exterior por sua atuação.