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Campo

Produção da macaúba, uso de macrofungos (cogumelos) para nutrição animal e armadilhas para atrair inimigos naturais como percevejos e vespas utilizando lignina como suporte de semioquímico são as tecnologias que a Embrapa Agroenergia preparou para mostrar aos visitantes da 19° Feira de Agrotecnologia do Tocantins (Agrotins). As tecnologias estarão expostas no estande da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Aquicultura do estado, no Portal da Agricultura.  

A feira, que tem nesta edição, a temática “Agronegócio de Atitude Sustentável”, acontece de terça-feira a sábado (7 a 11 de maio), no Centro Agrotecnológico de Palmas, na TO-050, saída para Porto Nacional.

“As pesquisas que estarão na Agrotins, como nossa vitrine de tecnologias, estão totalmente alinhadas ao tema da Feira – a produção de forma sustentável na lógica da bioeconomia”, conta o chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Guy de Capdeville. “Pensamos na biomassa como um todo, na utilização total, tornando também os resíduos em fontes de matérias-primas para outros processos. A produção de alimentos, matérias e compostos químicos agora é baseada em recursos biológicos, os quais são convertidos de forma a minimizar a formação de resíduos”, destaca. Capdeville salienta que a bioeconomia compreende o que está ligado à produção e comercialização de insumos biológicos, incluindo a produção de alimentos. “A ideia é uma economia circular, que utiliza e transforma uma matéria-prima e agrega valor aos resíduos que são produzidos. O desafio é sairmos de uma economia de origem fóssil para uma economia mais sustentável, de base biológica”, ressalta.

Além da mostra de tecnologias, a Agrotins também traz uma programação com palestras voltadas para o agricultor. No dia 8 de maio, a pesquisadora da Embrapa Agroenergia, Simone Favaro, apresenta os resultados da pesquisa sobre o processo de produção de mudas de macaúba que pode ser uma opção para diversificação da produção no Tocantins. A palestra será ministrada no auditório Agroenergia e Florestas, às 14h, com entrada gratuita.

Durante a feira, os técnicos da Unidade estarão visitando empresas com vistas à prospecção de demandas para futuros projetos em parceria. As empresas podem ser nossas parceiras tanto na cocriação e codesenvolvimento de soluções tecnológicas como também na utilização dos ativos desenvolvidos, explica o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroenergia, Alexandre Alonso. A proposta é desenvolver, juntamente com a iniciativa privada, tecnologias que gerem produtos, o que pode ser feito diretamente com a Embrapa ou por meio da Unidade Embrapa Agroenergia.  

As pesquisas na Agrotins

Das pesquisas que estão na vitrine de tecnologias da Embrapa Agroenergia, foram escolhidas três para a exposição na feira. Uma delas foi desenvolvida para atender às demandas de cultivo da macaubeira. Pesquisadores da Embrapa Agroenergia, em parceria com a Universidade Federal de Viçosa, desenvolveram um sistema de produção de mudas simplificado e de baixo custo que garante mudas de elevada qualidade, com baixas perdas nos viveiros e bom desenvolvimento após o plantio. O modelo atende, principalmente, produtores que vivem em localidades distantes de viveiros comerciais e viabiliza a inclusão de pequenos produtores no cultivo racional dessa promissora espécie da flora brasileira. Em relação à qualidade do óleo, a Embrapa, juntamente com parceiros, vem desenvolvendo técnicas tanto para aumentar a produção de óleo com qualidade como para o processo de refino do óleo da polpa de macaúba.

Outra tecnologia escolhida é relacionada a macrofungos. Pesquisadores investem na utilização de cogumelos como agentes transformadores de biomassa vegetal tanto lignocelulósica quanto oleaginosa em insumos para nutrição animal. A terceira tecnologia a ser exposta pela Unidade está na linha dos agroquímicos. A Embrapa Agroenergia e a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia desenvolveram uma formulação à base de lignina kraft para fazer o microencapsulamento da cis-jasmona, um semioquímico usado nas plantações para atrair inimigos naturais como percevejos e vespas. A lignina kraft é retirada da precipitação do licor negro, um resíduo gerado pela indústria de celulose e papel.