O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta terça-feira, dia 14/05, o Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais, que mede a produção industrial interna líquida (descontadas as exportações), acrescida das importações. Em março deste ano, o indicador apontou queda de 2,7% em relação ao mês de fevereiro, na comparação com ajuste sazonal. Na análise trimestral, o indicador registrou retração de 2,8% nos primeiros três meses de 2019.
Em março, enquanto a produção interna líquida (nacional) recuou 4,3%, as importações de bens industriais vieram na contramão e apontaram alta de 5% em relação a fevereiro. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a demanda interna por bens industriais teve queda de 7,2%, resultado pior do que a produção industrial, que caiu 6,1% segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na análise das grandes categorias econômicas, o resultado também foi negativo, com exceção do segmento bens de capital, que cresceu 2,1% em março deste ano contra o mês de fevereiro. Na comparação com março do ano passado, o setor bens de capital também foi o único a crescer, ficando 3,1% superior ao mesmo período. As maiores quedas em março deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado estão nos segmentos de bens de consumo duráveis (queda de 15,4%) e bens semi e não duráveis (com queda de 5,7%).
Com relação às classes de produção, divididas em 22 categorias, a demanda interna por bens da indústria de transformação teve queda de 2,9% em relação ao mês de fevereiro. Em compensação, após o desastre na barragem de Brumadinho ter influenciado negativamente o indicador do mês de fevereiro, a indústria mineral mostrou recuperação e atingiu alta de 9,1% em março. Nove segmentos também mostraram crescimento, com destaque para o consumo aparente do segmento de produtos farmoquímicos, que cresceu 4,2%.
Numa comparação com o mês de março de 2018, seis segmentos registraram alta, principalmente os segmentos de produtos de metal (4%) e metalurgia (3,8%). Já a maior oscilação negativa foi no setor de gravações, que teve queda de 27,8%.
No acumulado em 12 meses, o consumo aparente de bens industriais teve ritmo de crescimento mais intenso (1,3%) que a variação do índice na produção industrial (-0,1%). Na análise por setores, onze dos 22 segmentos apresentaram variação positiva nos últimos 12 meses.