Sob presidência do vereador Milton Neris (PP), a Comissão Parlamentar de Inquérito, que investiga irregularidades nas aplicações financeiras do Instituto de Previdência de Palmas/TO, ouviu na terça-feira, 21, o ex-presidente do PreviPalmas, Maxcilane Fleury. O ex-gestor estava no comando quando o Instituto fez um investimento na ordem de R$ 30 milhões no Cais Mauá, como também, aplicou R$ 20 milhões no Fundo Tercon.
Após ser questionado sobre os riscos em realizar tais investimentos, Max Fleury afirmou que não tinha conhecimento dos riscos das operações. “Todos os processos do PreviPalmas chegavam até a presidência após passar por uma criteriosa análise técnica do órgão. Eram respeitados todos os trâmites do processo e tinha que ser respeitada toda a parte técnica. Quando esses documentos chegavam até minha pessoa, apenas assinava dentro dos conformes legais”, explicou Fleury.
Durante o depoimento, o ex-presidente negou que esteve com Elton Félix Gobi Lira, que está recluso numa penitenciária de Belém/PA, acusado de crimes contra o sistema financeiro. O presidiário acusou Max Fleury de ser o responsável pelas aplicações irregulares no fundo de previdência. “Nunca estive como esse cidadão, jamais mantive contato com o mesmo durante a minha gestão à frente do PreviPalmas. Não sei nada a respeito do que ele falou para esta CPI, mesmo porque não tive acesso ao depoimento que ele deu”, esclareceu Max.
O presidente da CPI vereador Milton Neris destacou que a Comissão já tem muitas informações e que está próximo de esclarecer o que aconteceu com o dinheiro do Instituto. “A cada depoente que a gente traz aqui a investigação caminha. Nós já temos muitos elementos para desvendar o que ocorreu, para mostrar para os servidores o que fizeram com seu dinheiro. Hoje o Max afirmou nessa Casa que assinava os documentos confiando em seus assessores, entretanto, o que ficou, ao final, foi a digital dele e do secretário de finanças. Como é que você empresta 30 milhões para alguém te devolver com juros baixos sem saber quem é, se tem condição de pagar?”, questionou o parlamentar destacando que mesmo depois de tantas irregularidades, ainda colocaram mais dinheiro no fundo.
Sobre a transferência de 30 milhões do Banco do Brasil para conta na Caixa Econômica Federal, o ex-presidente do PreviPalmas, afirmou que o dinheiro estava depositado em uma conta fluxo e que o dinheiro não poderia ficar nesta conta. “Eu não tomei essa decisão sozinho, tudo foi feito dentro de um trâmite legal para saber se poderia ser feito a transferência para a Caixa. Reitero que não foi uma decisão monocrática, e a equipe técnica do órgão me informou que o dinheiro não poderia ficar nessa conta fluxo, mas também não sei explicar para qual finalidade era a destinação do recurso”, justificou Max Freury.