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Foto: Lúcia Brito  Extensionista do Ruraltins, Wandro Cruz, mostrou a multiplicação de enxames e a colheita do mel de abelhas sem ferrão Extensionista do Ruraltins, Wandro Cruz, mostrou a multiplicação de enxames e a colheita do mel de abelhas sem ferrão

A meliponicultura, que é a criação de abelhas sem ferrão, vem atraindo cada vez mais a atenção dos produtores rurais como uma alternativa de geração de renda e preservação ambiental.  Nesta última quarta-feira, 28, o extensionista do escritório local, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), de Araguaína, Wandro Cruz, mostrou a multiplicação de enxames e a colheita do mel de abelhas sem ferrão, durante oficina realizada na Escola na Escola de Tempo Integral, Fidêncio Bogo, em Taquaruçu Grande, em Palmas.

A inciativa fez parte da programação do projeto “Agosto Verde”, coordenado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural de Palmas (Seder) e parceiros, que tem como principal objetivo propagar as boas práticas na produção agropecuária.

O evento reuniu estudantes, técnicos e produtores interessados em adquirir mais conhecimentos sobre a atividade.  Durante a oficina, dividida em teoria e prática, o técnico agrícola explicou as particularidades, o passo a passo do manejo para a criação das principais espécies do Tocantins, como combater as ameaças que impedem o sucesso da atividade, a exemplo de ataques de lagartixas, formigas e cupins, e como extrair o mel.

“Na meliponicultura tudo é mais fácil e dispensa o uso de equipamentos de proteção. As abelhas não ferroam e o meliponário pode ser formado por casinhas pequenas feitas de caixas de madeira, em local sombreado, com gasto em torno de R$ 40,00 para construir cada uma. Além disso, o mel das abelhas é cinco vezes mais caro do que o mel das abelhas com ferrão, o que garante uma boa renda ao criador, pois o litro pode ser vendido a R$ 150,00, e um enxame vale ao produtor R$ 750,00.  As abelhas também contribuem para a preservação ambiental, a polinização agrícola, aumentam a produção e a qualidade dos frutos”, observou, complementando que as principais espécies do Estado são a tiúba, uruçu amarela e preta, jataí, tubi mansa e brava.

O produtor Valdivino Marques Sobrinho, da Comunidade Matinha, localizada no município de Guaraí, vem buscando informações sobre a meliponicultura, pois pretende investir na criação de abelhas e diversificar sua renda.

“Eu tenho participado de várias palestras para adquirir conhecimento e iniciar na atividade, com a intenção de ter uma renda a mais. Também quero ajudar na polinização de várias culturas que tenho lá na propriedade”, frisou.

Para Milena Pereira, estudante do curso de agronomia, do Instituto Federal do Tocantins (IFTO), ações como essa mostram os caminhos e as várias áreas de atuação ligadas ao setor produtivo.

“Esses eventos são de suma importância, porque agrega conhecimentos e indica os tipos de  culturas  que podemos atuar, seja na criação de abelhas ou outra área. A meliponicultura ainda não conhecia e achei bastante interessante, pois tem grande valor na preservação do meio ambiente”, avaliou.  

Ainda dentro da programação, a Doutora em Engenharia Agrícola do Ceulp/Ulbra, Conceição Previero, falou sobre os Desafios e Perspectiva da Produção Agroecológica.

Além da participação do extensionista  Wandro Cruz, a oficina contou com as presenças do diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural, do Ruraltins, Kin Gomides,  da gerente de agroecologia, Dryelly Rodrigues, gerente de Crédito Rural, Leticia Farias, acompanhados de técnicos das área de meio ambiente e assistência técnica.

Meliponicultura

A meliponicultura(criação racional de abelhas nativas) é pouco difundida no Brasil. No entanto, essas abelhas nativas são de fácil manejo e podem ser criadas em áreas rurais e urbanas, seja visando o lazer, educação ou uma criação comercial sendo um componente muito importante para o desenvolvimento de sistemas agroecológicos de produção adaptadas ao Tocantins, voltado principalmente para a agricultura familiar.

As abelhas sem ferrão são nativas e recebem esse nome por possuírem o seu ferrão atrofiado. Além de produzirem um delicioso mel (considerado medicinal) essas abelhas desempenham um papel fundamental como polinizadores, garantindo a sobrevivência de plantas nativas e cultivadas. Apesar da sua grande importância ecológica, muitas espécies de abelhas sem ferrão estão sendo dizimadas, seja pelo desmatamento e queimadas ou uso de agrotóxicos.

Produção

De acordo com Câmara Setorial do Mel, o setor conta com 50 associações e duas cooperativas, com cerca de 1.300 apicultores. A produção de mel está em torno de 230 toneladas por ano.

Agosto Verde

Encerrando a programação do projeto Agosto Verde, nesta sexta-feira, 30 será realizado o Dia Técnico sobre Boas Práticas e Bem Estar Animal na Avicultura, na Chácara Trem da Serra, na zona rural de Palmas, a partir das 8h30.