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Foto: Jefferson Christofoletti

Foto: Jefferson Christofoletti

Na próxima semana, entre os dias 02 e 04, o tambaqui será o assunto principal no auditório da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO). Estarão reunidos produtores e pesquisadores de quatro centros de pesquisa para abordar temas ligados à genética e reprodução da espécie. Atualmente cerca de 30% da produção de alevinos (filhotes) são perdidos por problemas de manejo: há falta de informações sobre o número de famílias e grau de parentesco entre os peixes, o que acaba provocando cruzamentos endogâmicos, ou seja, entre pais e filhos ou entre irmãos. O evento é fechado, voltado apenas para os produtores parceiros do projeto Amazongen.  

No primeiro dia, pesquisadores da Embrapa Pesca e Aquicultura apresentarão o projeto, realizarão uma reunião técnica sobre reprodução de tambaqui e vão capacitar os produtores. A ideia é levantar informações sobre as técnicas utilizadas pelos piscicultores na reprodução do tambaqui. Já a capacitação visa ensinar como coletar dados que servirão para elaboração de índices reprodutivos que serão utilizados no gerenciamento do plantel e para o software que está sendo desenvolvido no projeto. 

No dia seguinte, está previsto um treinamento para utilização de informações de parentesco visando à otimização de sistemas de acasalamentos para produção de alevinos, com o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Alexandre Caetano. Devem comparecer às capacitações 15 representantes dos polos produtivos de alevinos de tambaqui dos estados de Rondônia, Amazonas e Tocantins.

O treinamento é uma das ações do projeto Amazongen, financiado pelo Fundo Amazônia, que é voltado para a transferência de tecnologia. Segundo a pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura, Luciana Shiotsuki, inicialmente foi previsto realizar o treinamento em cada polo produtivo, como Rondônia (estado com maior produção), Amazonas (maior consumidor de tambaqui) e uma capacitação no Tocantins, sede do projeto. “Mas chegamos à conclusão de que seria mais interessante trazer os parceiros desses estados para cá, para que eles participassem juntos desse treinamento e pudessem discutir algumas ações, interagir entre si e dar sugestões para o software que estamos desenvolvendo para controle zootécnico de reprodução. A ideia é que seja uma construção participativa”, destaca ela.

O projeto visa criar três núcleos satélites, que consistem na organização dos planteis de produtores de tambaqui, com a implementação de controles para futuramente gerar relatórios que vão auxiliar no momento da reprodução. “Grande parte de nossos parceiros produzem tambaqui há muito tempo, mas alguns desconhecem o número de famílias que eles têm e frequentemente fazem cruzamentos endogâmicos, provocando perdas na produção de alevinos por deformidade, mortalidade ou redução da velocidade de crescimento”, explica Luciana. 

Com a capacitação, a ideia é que os produtores adotem controles zootécnicos para tornarem-se núcleos satélites. Ao final do projeto, eles poderão iniciar um programa de melhoramento genético ou receber material genético da Embrapa para a realização de testes de desempenho. Participam do Amazongen os centros de pesquisa da Embrapa Pesca e Aquicultura, Recursos Genéticos e Biotecnologia, Amazônia Ocidental e Rondônia.

No dia 04 os produtores conhecerão o novo serviço de identificação de pureza das matrizes no workshop “Ferramentas genômicas para certificação e gestão de matrizes e resultados parciais da qualificação da coleção da população base de tambaqui”. A informação é fundamental para o bom desempenho no momento da reprodução e será gerada por meio de ferramentas genômicas desenvolvidas pela Embrapa. Participarão do workshop representantes de associações de aquicultores do Mato Grosso, Roraima, Amazonas e a Associação Brasileira da Piscicultura PeixeBR.