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Opinião

A imortalidade sempre povoou os sonhos dos egípcios antigos, bem como dos alquimistas e de boa parte das civilizações. Este é um tema que sempre exerceu grande fascínio em toda a humanidade, concedendo margem para histórias fantásticas que já assistimos no cinema ou nos enveredamos nos livros.

Até pouco tempo, viagens deliciosas como essas ficavam restritas às prateleiras das livrarias ou nas séries da Netflix. Entretanto, futurologistas garantem que não se trata de ficção científica: está próximo o dia em que o homem será imortal, ou melhor, o primeiro ser humano a viver infinitamente logo estará entre nós! Isso é possível porque o anseio de proporcionar que as pessoas vivam com qualidade de vida, livres de dores e outros desconfortos próprios da velhice já levaram especialistas em genética a desvendarem alguns dos mistérios que nos levam à morte, criando mecanismos para evitá-los.

Na Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos, cientistas aprenderam a apagar a 'mudança genética' que causa o envelhecimento – nas minhocas. Obviamente há um grande abismo entre elas e nós, humanos, mas a conquista da técnica é um avanço incrível. Outro exemplo é o rejuvenescimento de ratos velhos por meio da infusão de sangue de ratos jovens. Companhias de tecnologia instaladas no Vale do Silício estão animadas e acreditam que o procedimento poderia funcionar em pessoas. E, obviamente, o conhecido Aubrey de Grey de Oxford, um dos arautos da longevidade, preconiza 700 anos de vida há uma década.

Muita gente se surpreende ao ouvirem histórias concretas como essas. Entretanto, antes da genética avançar a tal ponto, a longevidade já era objeto de desejo. No meu caso, quando cheguei aos 45, minha qualidade de vida era ruim a ponto de eu não conseguir brincar com meu quinto filho recém nascido, quando tentava sentar no chão com ele. Eu fazia na época as compras no supermercado sentado em um carrinho elétrico, pois tinha diversos problemas de coluna (e ainda tenho, mas nunca mais andei de carrinho elétrico…). Quatro anos depois, nascia meu sexto filho e, com ele, uma nova mentalidade tomou conta de mim. Compreendi que era necessário mudar radicalmente meus hábitos, incluindo alimentação saudável, prática de exercícios físicos, suplementação alimentar, exames médicos, higiene mental etc. Hoje, com 70 anos e uma vitalidade elogiada por todos, estou muito melhor do que quando tinha 45. E não hesito em dizer: quero viver até os 200.

Claro que a imortalidade ainda será objeto de muita pesquisa até que isso seja de fato vire uma realidade. Todos nós começaremos a acreditar nisso no momento em que tivermos pessoas vivas rompendo a barreira dos 120, 130, 150 anos. Mas a verdade é que o ser humano, e isso é uma pena, nasceu com um bug em seu próprio software, e por isso só se engaja com a própria saúde no dia em que ele a perde. O contrário só acontecerá se o processo de conscientização sobre saúde começar na infância, já que tudo tem início no processo educacional. Por isso, ressalto a importância de se criar incentivos concretos que façam as pessoas cuidarem de si cada vez mais, como protagonistas de sua própria saúde e bem-estar, física e mental. Além disso, os médicos e outros especialistas obviamente possuem papel importante neste cenário de descobertas, já que estão sempre ávidos pelas novidades que possam promover transformação na vida de seus pacientes, para melhor.

Há três anos, minha agenda estava muito atarefada e por isso decidi fazer mapeamento dos meus papéis na vida, para definir melhor as minhas prioridades. Desenhei um mapa com objetivo de refletir minha existência enquanto pai, avô, cidadão, empresário, escritor e muitos outros papéis. Depois de meses, achei que o mapa estava bem completinho, porém eu havia esquecido o principal: o papel que tenho para comigo. Percebi que se eu não cuidar de mim, obviamente não conseguirei desempenhar os outros papéis. É como aplicar máscaras de oxigênio no avião – só ajudamos o nosso próprio filho se ajudarmos nós mesmos primeiramente. Entendi também que a consciência da nossa saúde (não como doença, mas como bem estar e longevidade) precisa de um despertar. É de fato uma mudança na chave, que pode operar milagres.

O primeiro passo está dentro de cada um de nós, mas obviamente que a tecnologia como apoio na manutenção da saúde está revolucionando a Medicina e poderá nos dar insights positivos sobre nossas vidas. Big Data, Alarmes, Machine Learning, Alertas, Inteligência Artificial, IoT, Deep Learning são algumas das novidades que devem transformar a forma de se cuidar.

Certamente, as crianças de hoje serão adultos que terão uma nova forma de encarar a importância de buscar a longevidade e até mesmo a imortalidade. Não apenas pelos recursos, mas pela mentalidade e contexto em que já nascem inseridas.

Viver eternamente ou até os 200 anos ainda é um sonho, mas não tão distante assim. Você já está preparado para esta realidade? Quem está no comando de sua vida?

A resposta depende somente das nossas escolhas pessoais, que são feitas agora.

*Jimmy Cygler é presidente institucional da Proxismed, empresa especializada em jornada de relacionamento em saúde. Foi durante 13 anos professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) em disciplinas relacionadas à gestão de relacionamento com clientes.