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Polí­tica

Jornalista é vítima de constrangimento enquanto exercia atividade profissional na Assembleia Legislativa

Jornalista é vítima de constrangimento enquanto exercia atividade profissional na Assembleia Legislativa Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Jornalista é vítima de constrangimento enquanto exercia atividade profissional na Assembleia Legislativa Jornalista é vítima de constrangimento enquanto exercia atividade profissional na Assembleia Legislativa

 A jornalista Aline Sêne, assessora de comunicação do Sindicato dos Servidores Públicos do Tocantins (Sisepe) foi vítima de um episódio de “truculência” nesta última quarta-feira, 9, na Assembleia Legislativa do Tocantins (AL-TO).

A jornalista atuava na cobertura da tramitação da data-base dos servidores públicos na AL quando foi surpreendida por seguranças que exigiram que ela lhes entregasse o crachá de imprensa que usava para ter acesso às dependências da Casa. Segundo o relato da jornalista, momentos depois, já com outro crachá de imprensa, três seguranças a cercaram na saída da Assembleia exigindo que entregasse o crachá novamente. “Fui constrangida e agredida enquanto eu estava no exercício da profissão de jornalista e não quero saber o nome dos três seguranças, pois a autoridade que eles sentiram ter em fazer isso foi dada pela Assembleia Legislativa, pela Mesa Diretora e pelo presidente da Casa de Leis, Antonio Andrade, foi um ato da instituição e cabe a ela rever sua política de segurança”, relatou.

Momentos após o constrangimento sofrido pela jornalista, a Diretoria de Comunicação da AL corrigiu o equívoco entregando-lhe novo crachá para que pudesse prosseguir em seu trabalho. Ainda assim, a jornalista ficou em choque pelo ocorrido. “Mesmo agora, horas depois do ocorrido, minha indignação aumenta, pois não paro de me perguntar: até onde essa truculência tem origem no tratamento desrespeitoso da Presidência da República com os jornalistas? Será porque sou mulher o segurança tomou o crachá da minhã mão? Será que foi por que eu estava como assessora de um sindicato? Será que se eu estivesse por um veículo de imprensa seria o mesmo tratamento? Será...”, questiona Sêne.

O Sindicato dos Jornalistas (Sindjor) lamentou o ocorrido e prestou assistência à profissional no momento do ocorrido. “Sindjor-TO lamenta que a Casa do Povo ouse contra o povo trabalhador. Tomar crachá de jornalista? Impedir o trabalho? Onde se viu isso? @AssembleiaTO  que é isso?”, questionou o sindicato no Twitter.

“No momento dos dois episódios, apesar de estar cercada por pessoas, me senti muito sozinha e acuada. Mas, minutos depois colegas de profissão e o Sindjor – Sindicato dos Jornalistas - me ampararam e me ajudaram a conseguir ter forças e continuar o meu trabalho e assim consegui terminar de transmitir as informações das votações à imprensa”, relatou a jornalista.

Assembleia Legislativa

Sobre a ocorrência com a jornalista, a direção da Casa de Leis esclareceu que o uso de crachás, produzidos pela Assembleia, visa reduzir o número de pessoas alheias à profissão (repórteres e assessores) na sala de imprensa e, segundo a Diretoria de Comunicação (DICOM) da Casa, era uma demanda da própria categoria, uma vez que o espaço não comporta grande número de pessoas.

Segundo a Dicom, o acesso aos profissionais de imprensa está garantido com o uso de identificação (crachá) da empresa para a qual escreve, seja como
repórter ou assessor de imprensa.

A  Assembleia informa também que não há nenhuma orientação, à segurança da casa, para o tipo de abordagem feito em relação aos profissionais de comunicação, que, segundo a Dicom, são "fundamentais ao trabalho dos deputados, à sociedade e à democracia".

A Dicom ainda informa que, ao tomar conhecimento do ocorrido, cedeu outro crachá, imediatamente, à jornalista, que não foi impedida de permanecer no local.

Segundo a Dicom, a medida de ceder outro crachá à profissional, aconteceu por determinação do presidente da Casa de Leis, Antonio Andrade.

A Dicom também informou que, ainda nesta quinta-feira, se reuniria com os responsáveis pela segurança com objetivo de orientá-los sobre o acesso dos profissionais de comunicação às dependências do Legislativo estadual. (Atualizada às 19h50)