A Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) e a Secretaria Estadual de Saúde (SES) reuniram-se nessa terça-feira, 15, em Palmas, para debaterem ações preventivas relacionadas às doenças que atingem os equídeos e que podem ser transmitidas ao homem: Encefalomielite Equina e Febre do Nilo.
As medidas estão sendo tomadas após confirmação de casos positivos de Febre do Nilo em outros estados, sendo que o caso mais recente foi registrado em julho de 2019, em São Paulo. “Quando surgem casos de zoonoses, doença que pode ser transmitida ao homem, os órgãos de sanidade são comunicados para tomarem providências, e hoje reunimos com a SES para alinharmos ações, caso haja um possível surgimento de caso de encefalites em equídeos no Tocantins”, disse o responsável técnico pelo Programa de Sanidade de Equídeos, Raydleno Mateus Tavares.
A Adapec alerta que em caso de suspeita de sintomas nervosos em equídeos, o produtor rural deve comunicar imediatamente a Agência nas unidades ou por meio do telefone: 0800 63 11 22.
Da Adapec participou também os responsáveis técnicos pelo Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros (PECRH), José Emerson Cavalcante e pelo Núcleo de Vigilância Epidemiológica, César Romero.
Febre do Nilo
A Febre do Nilo é uma zoonose, causada por um vírus, transmitida pela picada de mosquitos do gênero Culex infectados. Este vírus se mantém na natureza, principalmente, em aves silvestres que atuam como hospedeiros/reservatórios. Esta doença encontra-se na lista daquelas de notificação imediata à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). De acordo com a Instrução Normativa/Mapa nº 50/2013, a Febre do Nilo está na categoria 1, que requer notificação imediata ao Serviço Veterinário Oficial, que no Tocantins é a Adapec.
O equídeo que é acometido pela doença, apresenta período de incubação de 3 a 15 dias, podendo manifestar sinais clínicos entre 10% e 40% dos animais infectados. Os sinais clínicos são decorrentes da encefalite, podendo apresentar febre baixa, prostração, sonolência e sinais neurológicos como hiperestesia, espasmos no focinho, paralisia facial e lingual, claudicação, cólica, ataxia, fasciculações musculares, ranger de dentes, andar em círculos, incapacidade de deglutir, incoordenação, fraqueza e convulsões. Vale ressaltar que não há tratamento específico para esta zoonose em equídeos, apenas terapia de suporte, acarretando na mortalidade de 30% a 40% dos animais doentes.
Encefalomielite Equina
A Encefalomielite possui algumas identificações com a Febre do Nilo por se tratar de doença encefalite. Também é uma zoonose infectocontagiosa, causada por vírus transmitida pelo mosquito e acomete todas as espécies de equídeos. Entre os sintomas estão: febre, diminuição de apetite, inquietação, perturbações na locomoção, falta de coordenação motora, caminhar irregular e em círculo. Geralmente o animal apoia a cabeça em obstáculos, lábio inferior caído e cegueira.
“Os meios de prevenção da Encefalomielite consiste, principalmente em combater os vetores (mosquitos), desinfetar os alojamentos e vacinar os animais, devendo ser feitas duas vacinações, seguidas de reforço anuais”, explicou Raydleno.