As salas de vacina das unidades de saúde de Palmas estão sem doses da vacina pentavalente – vacina que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e meningite causada pela bactéria Haemophillus influenzae. Crianças recém-nascidas devem receber as doses da vacina aos 2, 4 e 6 meses de vida.
O desabastecimento foi confirmado pela própria prefeitura de Palmas que, em resposta a um usuário do Twitter, informou que não tem recebido doses da vacina desde o mês de outubro. “Estamos há 60 dias tentando vacinar nosso filho com a vacina ‘penta’ e não estamos encontrando em nenhuma das unidades de saúde do município”, queixou-se o usuário.
Em resposta, o perfil oficial da prefeitura informou que no mês de outubro recebeu 1.200 doses da pentavalente, quantidade suficiente apenas para a demanda daquele mês. “Desde então a @semuspalmas não recebeu nenhuma outra remessa do @minsaude, por isso o desabastecimento”, informou a prefeitura.
Na rede particular de saúde, a dose da vacina chega a custar entre R$ 350 e R$ 450.
A reportagem do Conexão Tocantins questionou a prefeitura de Palmas a respeito da disponibilidade de demais vacinas previstas no calendário vacinal das crianças e providências tomadas para regularizar os estoques. Questionamos também o Ministério da Saúde a respeito do desabastecimento e quando será regularizado.
Secretaria Municipal de Saúde
A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informou por meio de nota que a responsabilidade pela disponibilização das vacinas é do Ministério da Saúde, que através do Sistema Único de Saúde (SUS) distribui para o Estado e abastece as unidades do município. Segundo a Semus, a última remessa de vacinas pentavalente ocorreu no final de outubro, quando a Central de Vacinas (Cemuv) recebeu 1.200 doses. "Desta forma, as salas de vacinas da rede encontram-se desabastecidas desse imunizante, uma vez que o fornecimento da pentavalente está irregular há alguns meses em âmbito nacional e o último quantitativo enviado não foi suficiente para atender a demanda", afirma na nota.
Segundo a Semus, a vacina tríplice bacteriana (DTP) também está em falta nacionalmente. A responsabilidade pela disponibilização também é o Ministério da Saúde.
Confira abaixo ofício do Ministério da Saúde esclarecendo sobre a falta dos imunizantes.
Ministério da Saúde
Já o Ministério da Saúde informa que distribuiu mais de 4,7 milhões de doses da vacina pentavalente aos estados de todo o País neste ano, sendo 32.687 mil para o Estado do Tocantins. A última remessa da pasta foi feita em outubro, com o envio 885 mil doses para todo o País e 6 mil para Tocantins. Em novembro, ainda não foi possível realizar o envio, pois a carga que chegou ao Brasil está aguardando parecer da OPAS para posterior liberação da Anvisa. Tão logo essas doses sejam liberadas para uso, serão distribuídas aos estados, segundo Ministério.
O Ministério da Saúde também informa que a remessa de vacina pentavalente, adquirida por intermédio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), foi reprovada em teste de qualidade feitos pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) e análise do Ministério da Saúde. Por este motivo, as compras com o antigo fornecedor, a indiana Biologicals E. Limited, foram interrompidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que pré-qualifica os laboratórios.
A pasta solicitou a reposição do fornecimento à OPAS. No entanto, segundo o Ministério, não há disponibilidade imediata da vacina pentavalente no mundo e ela não é fabricada no Brasil. Foi feita nova aquisição de 6,6 milhões de doses e essas vacinas começaram a chegar de forma escalonada em agosto no Brasil. Quando os estoques forem normalizados, o Sistema Único de Saúde fará busca ativa pelas crianças que completaram dois, quatro ou seis meses de idade, entre os meses de agosto e novembro, para vaciná-las.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, a distribuição das vacinas nos municípios é de competência das Secretarias de Saúde dos Estados e os pais que por ventura não conseguiram vacinar seus filhos devem procurar as salas de vacinação nos municípios e programarem a vacinação das crianças, conforme o cronograma de imunização. O funcionamento das salas de vacinação é responsabilidade dos municípios.
Confira abaixo ofício do Ministério da Saúde esclarecendo sobre a falta dos imunizantes. (Atualizada às 10h04 do dia 06-12-19)