Com mais de 100 produtores no município e cerca de 1,08 mil toneladas/ano, Porto Nacional, através da Secretaria Municipal da Produção, se destaca a nível de Estado, conforme estudo realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins). Incentivando e investindo nos pequenos produtores rurais da agricultura familiar, a Prefeitura entra com a mão de obra para a construção dos tanques de cimento e ainda com todo o suporte técnico necessário para o crescimento adequado do setor. Na zona rural, cerca de 20 tanques com Pintados, Piroscas, Caranhas, Tambaquis, Piabanhas, Tilápias e muitos outros, movimentam a economia local e acrescentam qualidade de vida aos produtores. A iniciativa foi em 2018.
Produtores que moram nos assentamentos São João II, Brejo Verde, Flor da Serra, Zé Pereira, Sol Nascente, Pedrinhas, Pau D’arco, Prata e Santa Luzia tem na piscicultura a principal atividade econômica. Nos Distritos de Nova Pinheirópolis, a 10 km de Porto Nacional, e em Luzimangues também tem apaixonados por peixes que produzem a todo vapor. Na cidade, além dos produtores ativos, tem o Projeto Fazendinha da Produção – criado para incrementar a alimentação de crianças e adolescentes das escolas municipais, de forma saudável.
Somente para esse ano, a expectativa é de que os produtores retirem das águas de 10 a 20 toneladas de Pirosca. Já foram abatidos, de janeiro a abril, 30 toneladas do mesmo peixe.
A Secretaria Municipal da Produção dispõe de um corpo técnico altamente capacitado para a execução de todos os trabalhos junto aos produtores rurais, dentre eles está o Zootecnista e pós-graduado em Gado de Corte, Gustavo Gomes; Natália Costa, Médica Veterinária; Willian Ayres, Agrônomo e o coordenador de Assistência à Zona Rural e Assentamentos, Vanderli Caetano.
De acordo com o secretário municipal da Produção, Hélio Paranhos, as criações são em pequena escala, para os produtores que não engordam alevinos. Do contrário, a demanda é em alta escala. “A Prefeitura de Porto Nacional tem investido fortemente nos produtores rurais, seja com assistência técnica especializada, seja com mão de obra bruta para a construção dos tanques. Acompanhamos de perto e diariamente, a satisfação dos produtores”, disse.
Com a agricultura familiar em crescimento no Município, se tem investido e incentivado o produtor rural a produzir e a trazer seus produtos cultivados no campo para as feiras, supermercados e comércio em geral. É uma das molas-mestres que movimentam o país.
Fazendinha da Produção
O espaço abandonado e sujo foi transformado e, hoje, é um grande marco no setor produtivo do Município com a produção de peixes para o abate – 4 tanques com Tabatinga e Surubim - patos, coelhos, codornas, galinhas, árvores frutíferas, dentre outros. Tudo o que se produz é destinado para a merenda escolar.
Uma ‘horta educativa’ localizada ao lado da Escola Municipal Delza da Paixão, veio se juntar à Fazendinha, para produzir grandes ‘frutos’. Ambos ficam no setor São Vicente, região Norte da cidade.
Censo de Piscicultura no Tocantins
O setor da piscicultura no Tocantins produz cerca de 14.328 toneladas de pescado por ano, com 1.099 produtores atualmente em atividade. Os dados são do Censo da Piscicultura divulgados pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), na Agrotins 2019.
O estudo, concluído no ano de 2018, mostrou que a cadeia produtiva está presente em 117 municípios do Estado, tendo como maior produtor de peixes o município de Almas, com 8,3 mil toneladas/ano, seguido por Dianópolis, 1,1 mil toneladas, e Porto Nacional, com 1,08 mil toneladas/ano.
Os piscicultores utilizam os barramentos, viveiros escavados, tanques rede e açudes como principais estruturas de produção. As espécies mais cultivadas são o Tambaqui, com 48%; seguida de peixes redondos, 23,4%; Caranha, 11,4% e o Surubim/Pintado, 10,5%. As demais espécies como Matrinxã/Piabanha, Piau, Pirarucu/Pirosca, Curimbatá/Curimba e a Tilápia, representam 6,7% da produção total.
De acordo com o levantamento, o maior estado fornecedor de alevinos para os produtores é o Tocantins, sendo povoados 11,6 milhões de alevinos, em 2017, e consumidas 16 mil toneladas de ração entre as propriedades criadoras de pescado.
O Censo da Piscicultura mostrou que em relação à caracterização da atividade, 46% dos entrevistados a exercem de forma comercial, 17% como atividade de subsistência e 9,3% para lazer.
O levantamento apontou que dentre as principais dificuldades encontradas, os piscicultores destacaram o custo da ração, o licenciamento ambiental, assistência técnica, acesso ao crédito, alcance ao frigorífico, alternativas de comercialização, condição e conservação das estradas, curso de capacitação, valor de venda do pescado, mão de obra qualificada e acesso a equipamentos para a piscicultura.
Todo o levantamento para saber onde estavam as pisciculturas foi feito por meio de imagens de satélite, disponibilizadas pela Embrapa, via cadastro do Ruraltins nos municípios.