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Saúde

Dezesseis em cada mil brasileiros, ou cerca de 1,9% da população, são doadores de sangue

Dezesseis em cada mil brasileiros, ou cerca de 1,9% da população, são doadores de sangue Foto: Raul Santana

Foto: Raul Santana Dezesseis em cada mil brasileiros, ou cerca de 1,9% da população, são doadores de sangue Dezesseis em cada mil brasileiros, ou cerca de 1,9% da população, são doadores de sangue

Dezesseis em cada mil brasileiros, ou cerca de 1,9% da população, são doadores de sangue. O percentual está dentro das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) - 1% a 3%, mas a realidade em boa parte dos hemocentros é de baixa constante no estoque. O problema é que, em tempos de pandemia, essa queda está ainda mais acentuada e coloca em risco cirurgias de urgência e emergência, e tratamentos fundamentais, como os contra o câncer.

Demanda de sangue em várias situações

Wacilla Batich Abdalla Barbosa, médica hematologista da Oncoradium, centro responsável pelo serviço oncológico do Hospital Regional de Araguaína, explicou que qualquer câncer pode ter a necessidade de uma transfusão de sangue ao longo do tratamento. 

“Mas principalmente os cânceres em estágio avançados e os que provocam algum tipo de hemorragia, como intestino, estômago, bexiga, tumores ginecológicos e próstata, se houver invasão de bexiga. O próprio tratamento também pode demandar a transfusão, como a quimioterapia, que pode provocar a chamada aplasia medular, que é a queda na quantidade de células sanguíneas”.

Há, ainda, atenção redobrada para os cânceres hematológicos, como o linfoma, que necessitam de transfusão quando há infiltração na medula, além dos mielomas múltiplos, que também podem demandar sangue no início, porque têm relação com a anemia. 

Hemocentro de Araguaína

“As doações caíram demais nos últimos meses. Só em maio, a queda foi de 50%. Estou aqui há 10 anos e nunca tínhamos passado por um mês assim, nem mesmo em meses de férias, que historicamente há quedas nas doações”.

A afirmação é do gerente técnico do Hemocentro de Araguaína, Juliano Ferreira, e demonstra o nível de seriedade da situação, uma vez que, mesmo com as orientações de isolamento, cirurgias e tratamentos continuam acontecendo nas redes de saúde pública e particular. Por isso, a unidade de Araguaína adotou estratégias alternativas de atendimento.

“Estamos trabalhando com doações por agendamento e ligando para os cadastrados no nosso banco de dados. A ideia é não gerar aglomeração na recepção, por isso estamos marcando dois, no máximo três doadores por hora”, informou Juliano.

Houve também um reforço maior nos protocolos de segurança. “Por sermos um serviço de saúde altamente especializado, já seguimos os padrões mais rigorosos de higiene e cuidados, mas isso foi reforçado. Salas, maçanetas e outros locais de circulação de pessoas são limpos a cada duas horas, além do uso constante de EPIs específicos. Nenhum servidor nosso está com sintomas gripais, então garantimos que o Hemocentro é um ambiente seguro”, ressaltou o gerente.

As cadeiras de coleta e a copa, onde os doadores fazem o lanche, são higienizados com mais frequência, entre um doador e outro. 

No Hemocentro de Araguaína, o estoque está baixo para todos os tipos de sangue (A, B, AB e O), mas o que é mais sentido é o O negativo, usado para atender as urgências e emergências.

Para agendar a doação, é só entrar em contato com o Hemocentro no telefone (63) 3411-2915.