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Foto: Fabrício Rezende

Foto: Fabrício Rezende

A Embrapa e parceiros estão buscando informações sobre setores da cadeia produtiva de peixes ornamentais no Brasil. São quatro questionários, com questões diferentes e que envolvem: o setor produtivo; atacado e distribuição; lojas e varejo; e consumidores e aquariofilia. Essa ação faz parte do projeto de pesquisa “Peixes ornamentais: demandas e desafios de um setor emergente no Brasil”, coordenado pelo pesquisador Fabrício Rezende, da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO).

Os objetivos dos questionários são fazer uma caracterização (tanto tecnológica como de mercado) e gerar informações que subsidiem documentos e orientações do setor. De acordo com Fabrício, “o setor de peixes ornamentais tem a informalidade como seu principal entrave. A incipiência de informações sobre o número de produtores, o quantitativo de produção, o nível de adoção de tecnologias e a dimensão de negócios impossibilita a percepção por agentes externos a essa atividade. O que inibe contrapartidas governamentais para fomentar e fortalecer uma rápida evolução do setor”.

O pesquisador entende que os dados apresentados sobre a cadeia produtiva estão subestimados, o que acaba prejudicando até a percepção da atividade enquanto importante geradora de empregos, renda e oportunidades no meio rural brasileiro. “Com isso, sua importância fica renegada ao segundo plano frente às ações em setores tradicionais e com dados de produção monitorados e divulgados com frequência, a exemplo do setor leiteiro. A aquicultura de organismos ornamentais apresenta altas rentabilidade e taxa de retorno, além de papel preponderante para a geração de renda e fixação do agricultor familiar no campo. As ações voltadas à percepção de detalhes de sua estrutura são desejadas pelo setor pet há anos”, contextualiza.

Informações qualitativas

Os quatro questionários foram elaborados em parceria com instituições que trabalham com peixes ornamentais no Brasil. É muito importante a participação do maior número possível de atores da cadeia para que as informações geradas reflitam o que de fato acontece nesse setor que tem crescido, mas pode se expandir muito mais. As respostas serão agrupadas por estados e regiões, sem tratamento individualizado. E, claro, o anonimato é garantido. A seguir, estão links para cada um dos quatro questionários.

Para o pesquisador, é papel de instituições de pesquisa agropecuária, como a própria Embrapa, atuar juntamente com parceiros para organizar informações sobre a realidade do setor. Ele cita a Associação Brasileira de Lojas de Aquariofilia (Abla), a Secretaria de Pesca e Aquicultura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SAP / Mapa), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e centros de pesquisa e de ensino nesse contexto.

Assim como outros setores da aquicultura no Brasil, o de peixes ornamentais ainda não expressou todo o seu potencial de crescimento. As oportunidades são muitas e, a cada ano, a evolução acontece. “O mercado de aquariofilia é amplo e diverso, com exigência constante por novidades e tecnologias. No quesito peixes ornamentais, há espaço para produção, a diversidade de espécies e variedade é enorme e a cada ano novas espécies são incluídas para a produção comercial e novas variedades são desenvolvidas. A cada ano cresce a demanda por serviços para montagem e manutenção de aquários, com isso há espaço para inovações em todos os elos dessa cadeia produtiva”, relata Fabrício.