Consolidada como uma das principais cidades do estado por sua efervescência cultural, economia, bem como as articulações políticas e movimentos sociais ao longo do século XX que culminaram na criação do estado do Tocantins na década de 1980, Porto Nacional, a cerca de 60 km de Palmas, tem três nomes de peso confirmados como pré-candidatos a prefeito.
A disputa deve contar com o atual prefeito, Joaquim Maia (MDB); o vice-prefeito, Ronivon Maciel (PSD); e o ex-prefeito, Otoniel Andrade (PTB).
Ronivon
Rompidos desde março deste ano, Maciel trabalha para viabilizar seu nome e conta com Republicanos, Podemos, PSL e Avante em sua base. Esses dois últimos partidos têm Capitão Diógenes e Carlos Braga também como pré-candidatos, mas, segundo Ronivon, a tendência é de união. “Estamos dialogando e há possibilidade de alinhamento com Carlos Braga, do Avante, e Capitão Diógenes, do PSL”, afirmou.
Atualmente vice-prefeito de Porto Nacional, Ronivon Maciel vem de um mandato como vereador no município e também foi candidato a deputado estadual em 2018 com maior votação em Porto, tendo recebido 5.342 votos.
A respeito do rompimento com Maia, o vice-prefeito disse que foi a única forma de viabilizar sua pré-candidatura. “Nós tínhamos uma boa convivência. O meu afastamento foi para que eu tivesse liberdade de colocar meu nome à disposição porque ele não abriria mão da reeleição. E eu tenho sido praticamente convocado pela população de Porto Nacional para a disputa”, disse Maciel.
Maia
Já o atual prefeito Joaquim Maia vai tentar a reeleição com o apoio do Pros, DEM, PT e PL. Filiado ao MDB em abril, Maia conta com a força da máquina pública, mas diz não encarar isso como uma vantagem certa. “Não podemos pensar isso como vantagem ou desvantagem. O fato é que nosso compromisso é de manutenção da gestão que entregamos à população de Porto Nacional”, enfatizou.
Sobre o rompimento com o vice, e a possível disputa com ele e o ex-prefeito Otoniel Andrade, Maia disse ainda: “cada um tem seu espaço e seu propósito. "Cada dia que passa somos mais convictos de mostrar nosso trabalho à população de porto nacional, com a prestação de serviços que melhorou e cresceu muito em nossa gestão”.
Otoniel
Ex-prefeito de Porto Nacional por três mandatos, Otoniel Andrade deve disputar novamente a prefeitura, porém com a imagem desgastada.
Recentemente o ex-gestor foi alvo de operação da Polícia Federal e Controladoria Geral da União (CGU) realizada no mês passado, que investiga fraude em licitação na Prefeitura de Palmas. A suspeita é de que durante sua gestão, Otoniel tenha coadunado com o ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB), para realizar tomada de preços direcionada a beneficiar uma determinada empresa de transporte escolar em Porto Nacional, que posteriormente seria aderida pela prefeitura da capital. A PF chegou a cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Otoniel Andrade.
No ano passado, Otoniel recebeu duas condenações de 1ª instância que resultaram em suspensão de direitos políticos. Em agosto de 2019 o ex-prefeito foi condenado por improbidade administrativa ao ceder espaços públicos a terceiros e empresas particulares sem licitação e autorização da Câmara Municipal. Essa condenação resultou na suspensão dos direitos políticos por 5 anos.
Já em dezembro de 2019, a Justiça novamente decretou a suspensão dos direitos políticos de Otoniel, dessa vez por 3 anos, por ter exonerado servidores da Prefeitura de Porto em período vedado pela legislação eleitoral em 2016. Como em ambos os casos cabia recursos, as condenações ainda tramitam em instâncias superiores e não impedem a candidatura de Andrade.
Em contato por telefone, o ex-prefeito não comentou fatos e nem as articulações políticas da pré-campanha. Disse apenas que estava em reunião política nesta segunda-feira, 10, e solicitou que a reportagem o procurasse em outro momento. O espaço permanece aberto.