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Economia

Foto: Divulgação/JP Arquitetura

Foto: Divulgação/JP Arquitetura

A pandemia da covid-19 mudou as configurações e desejos dos clientes do mercado imobiliário. Uma pesquisa da empresa Loft mostrou que, por conta do distanciamento social, com os brasileiros passando mais tempo em casa, as demandas na hora de comprar um imóvel mudaram. 

Segundo o levantamento, que ouviu consumidores e corretores de imóveis no segundo semestre deste ano, as pessoas passaram a dar mais valor aos seus lares, e, por conta disso, uma reivindicação mais comum é mais espaço. Conforme a pesquisa, para 45% dos entrevistados, o período de isolamento despertou o interesse por apartamentos maiores. 

A análise também levantou dados como: o desejo por uma área destinada especificamente ao trabalho remoto (70%), e maior utilização da cozinha (46%) com os clientes reconhecendo o valor desse espaço no imóvel. 

Para o vice-presidente da Associação dos Diretores das Empresas do Mercado Imobiliário no Tocantins (Ademi-TO), João Paulo Tavares, os novos anseios do consumidor são sentidos também pelos clientes tocantinenses. Por aqui, a empresas do ramo tem percebido que os próximos lançamentos precisam acompanhar as tendências e vontades do mercado nacional. 

"Com as pessoas ficando mais tempo em casa, o que notamos é que é comum que cômodos que não era tão utilizados, tenham passado a ser mais concorridos pelos moradores. Percebemos que desejos como maior conforto nos espaços, acústica melhor, um bom projeto luminotécnico, visual, térmico também fazem parte da lista de novas demandas dos nossos clientes. Tanto os antigos, quanto os novos. Estamos confirmando essas tendências por meio dos times de venda das empresas que integram a Ademi-TO", comentou. 

Palmas - Tocantins (Foto: Alessandra Fratus)

A pesquisa confirma, o cliente do pós-coronavírus quer uma cozinha maior e pensa em fazer reformas no espaço (32%). Com isso, as necessidades por aperfeiçoamentos de espaços que não existiam antes tornaram-se obrigatórias. A pesquisa também revelou que o entrevistado começou a valorizar sua vizinhança e que hoje, procura imóveis onde há grande oferta de serviços e comércios por perto. 

"Apesar de feito no Rio e em São Paulo, o levantamento mostra tendências que se consolidam também por aqui. As demandas cada vez mais estão sendo pautadas por esta nova realidade que nos encontramos. Como as pessoas estão mais dentro de casa, é comum que revejam suas prioridades. Por conta disso, os lançamentos futuros das construtoras vão respeitar esses desejos", pontuou João Paulo. 

A pesquisa, inédita, ouviu mais de 1,4 mil pessoas em São Paulo e no Rio de Janeiro no final de maio passado.

Olhando para os dados obtidos pela Loft, a nova jornada do consumidor no pós-covid trouxe alguns aprendizados que servem para todo o universo empreendedor:

O home office deixou de ser tendência para ser realidade - Antes permanecíamos uma fração dos dias em nossas casas. A partir de agora, os lares serão uma extensão da nossa vida social e profissional, com maior integração que gera, também, novas necessidades de separação destes dois mundos, inclusive física, dentro das casas.

Novas experiências digitais são essenciais, mas interações físicas ainda são muito bem vindas - A utilização crescente da cozinha revela que há espaço para explorar business que considerem a interação presencial, contanto que atendam a um objetivo de socialização dentro de ambientes controlados e confortáveis.

Tem espaço para conveniência e para a excelência - os novos hábitos que vem se revelando neste novo contexto pós-pandemia abrem espaço não só para serviços rápidos de conveniência, mas também para o consumo de bens sofisticados e prazerosos, como os ligados à cozinha. No novo normal, as pessoas vão necessitar ainda mais de atividades de relaxamento. Não somos máquinas.

Corretores

A pesquisa aponta também que os profissionais do mercado imobiliário estão otimistas com os rumos do mercado neste ano (77%). Com os novos desafios, 58% afirmam que aprenderam uma maneira nova de trabalhar - geralmente associada à praticidade e velocidade da realização dos negócios, resultante do aumento dos hábitos digitais dos clientes durante a pandemia - e 44% já notam mudanças nos desejos dos seus clientes para os imóveis.

Eles apontam que a jornada está mais digitalizada e a relação com clientes mais próxima: “O cliente quer ver fotos, acomodações, detalhes antes de ir conhecer o imóvel. Isso proporciona uma seleção muito boa para visitas. A facilidade é enorme”, disse um dos corretores entrevistados.

A crise da covid-19 provoca avanços no segmento da automação e desburocratização que levariam anos para acontecer. Hoje é possível comprar e vender ou reformar um imóvel sem sair da tela do seu computador. A escritura digital é uma realidade que se revela concluída em 15 minutos. Acredito que este seja apenas um exemplo do que se descortinará como avanços e facilitação para resolver novas demandas nestes novos tempos.

A necessidade de aumento da segurança sanitária de todos - prioridade máxima sempre - provavelmente ainda vai ser uma barreira para muitos negócios. É preciso virar rápido a chave para o “lado cheio do copo”. Novos hábitos, a médio prazo, significam novos business. A observação distanciada da História mostra que mudanças tão grandes como as que vivemos hoje são grávidas de oportunidades.

(Cênicas Comunicação)