É celebrado nesta sexta-feira, 11, o Dia Nacional do Cerrado, bioma que compõe 87% de todo território do Tocantins. A data é comemorada desde 2003 e foi escolhida em homenagem ao ambientalista Ary José de Oliveira, um defensor dos direitos humanos e do meio ambiente, que transformou a cultura do bioma Cerrado em arte mambembe. Considerado o segundo maior bioma da América do Sul, o Cerrado é abundante em biodiversidade com a maior parte da sua vegetação semelhante à savana, com árvores baixas, esparsas, troncos retorcidos, folhas grossas e raízes longas.
A gerente de Biodiversidade e Áreas Protegidas da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Cristiane Peres, destaca que “diversas espécies de animais são endêmicas e conseguem viver apenas no bioma Cerrado, dentre elas o lobo guará, o tamanduá bandeira e a onça pintada”. A gerente ainda ressalta que “o Cerrado também é de suma importância para o aperfeiçoamento das políticas públicas desenvolvidas no Tocantins, por exemplo, o Manejo Integrado do Fogo (MIF), que é uma atividade praticada há muito tempo pelas comunidades quilombolas da região do Jalapão, e somente com o tempo as técnicas foram reconhecidas cientificamente, um exemplo é a utilização do fogo, desde que realizado de forma planejada, é essencial para a estimulação da floração do capim dourado”.
O Cerrado é tido como o berço das águas do país, pois possui nascentes importantes que abastecem todo o território brasileiro, como os rios São Francisco, Tocantins e Araguaia. A paisagem proporcionada pelo Cerrado com suas cachoeiras, cascatas, cânions, lagos, rios e riachos é uma atração para a população que vem de outras regiões do Brasil e do mundo conhecer as belezas naturais do Estado.
O secretário da Semarh, Renato Jayme, frisa que essa data simbólica serve como um estímulo para a população refletir sobre a importância dos benefícios oferecidos pelo Cerrado. “O Tocantins tem o Cerrado como o bioma abrangente em todo o seu território e essa característica do estado tem grande importância social, pois auxilia várias populações a sobreviverem de seus recursos naturais, incluindo os quilombolas, etnias indígenas, ribeirinhos dentre outras comunidades que, juntas, detêm um conhecimento tradicional dessa biodiversidade”, afirmou.
Além das comunidades tradicionais aqui do estado, o Cerrado também garante a subsistência para as quebradeiras de coco babaçu e para as diversas associações que dependem da flora do Cerrado para desenvolverem os trabalhos, portanto, é necessária a conservação e o uso sustentável dessa riqueza nacional.
Curiosidade
Uma das características das árvores do Cerrado é a forma torta que elas crescem. Esse fenômeno se deve à ocorrência de incêndios. Após a passagem do fogo, as folhas e gemas (aglomerados de células que dão origem a novos galhos) sofrem necrose e morrem. As gemas que ficam nas extremidades dos galhos são substituídas por gemas internas, que nascem em outros locais, quebrando a linearidade do crescimento.
Em relação aos recursos hídricos, o bioma Cerrado possui uma importância estratégica. É no Cerrado que nascem os rios que formam seis das principais regiões de hidrográficas brasileiras: Parnaíba, Paraná, Paraguai, Tocantins-Araguaia, São Francisco e Amazônica, e isso proporciona diversos atrativos turísticos na região, influenciando na economia de vários municípios.