A Polícia Civil do Estado do Tocantins, por intermédio da 26ª Delegacia de Polícia Civil de Araguaína, concluiu nesta quarta-feira, 23, as investigações referentes à apuração da conduta de uma médica de 43 anos, que ocasionou a morte da vítima Doralice Cavalcante Rodrigues, de 86 anos, fato ocorrido no dia 6 de dezembro de 2018.
Conforme o apurado, no dia cinco de dezembro de 2018 a vítima, idosa de 86 anos, passou mal e após ser atendida em sua residência pela equipe do Serviço Móvel de Urgência (Samu), foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento de Araguaína. Na Unidade de Saúde foi constatado que a idosa estava bastante debilitada devido ao agravamento de um quadro de insuficiência respiratória que já estava sofrendo havia três dias, tendo em vista o fato de sofrer de pneumonia aguda. Dessa forma, ela foi logo em seguida encaminhada ao Hospital Regional de Araguaína.
Chegando ao HRA, por conta do estado de saúde gravíssimo em que se encontrava, a idosa foi, de imediato, encaminhada para a sala vermelha para que ali recebesse cuidados intensivos. No momento em que a idosa adentrava a referida sala, estando numa maca do Samu, a médica plantonista e responsável pelo local, determinou que os funcionários retirassem a idosa dali, afirmando: “Ela está boa toda, melhor do que eu”, demonstrando total desdém para a condição em que se encontrava a paciente. Diante disso, a paciente foi encaminhada para a sala verde, local inadequado para ser atendida.
Toda a cena foi gravada pelo neto da idosa que apresentou o referido vídeo à Polícia Civil. Tendo em vista a inadequação da sala verde, a idosa faleceu no dia seguinte por insuficiência respiratória. Conforme apurado, a vítima passou por grande sofrimento, sendo que sua morte ocorreu 21 horas depois de dar entrada no HRA.
Ainda há relatos de testemunhas que afirmam que a médica, enquanto falava que a vítima estaria melhor do que ela empurrava a maca onde estava a idosa de forma abrupta e truculenta, deixando todos os que presenciaram a cena extremamente revoltados.
O delegado-chefe da 26ª DP, Luís Gonzaga da Silva Neto, concluiu o inquérito policial, com a médica sendo indiciada pela prática, em tese, do crime de homicídio doloso majorado, pois tinha o dever legal, como médica, de cuidado e o comportamento dela ocasionou, de forma direta, a morte da idosa. O caso agora fora encaminhado ao Poder Judiciário para as medidas cabíveis.