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Ciência & Tecnologia

Concepção artística do nanossatélite VCUB-1

Concepção artística do nanossatélite VCUB-1 Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Concepção artística do nanossatélite VCUB-1 Concepção artística do nanossatélite VCUB-1

Está em fase de finalização um Termo de Cooperação Técnica a ser firmado entre o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), por meio do seu Centro Integrado de Inteligência e Monitoramento de Dados Espaciais Ambientais (Cimdea), e a empresa Visiona Tecnologia Espacial, formada pela Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A (Embraer) e Telecomunicações Brasileiras S.A (Telebras).

O Termo permitirá que o Governo do Tocantins utilize imagens orbitais do nanossatélite, batizado de VCUB-1, o primeiro desenvolvido pela indústria brasileira para observação da Terra e coleta de dados que poderão ser utilizados para orientar o trabalho de técnicos em várias áreas.

Gerente de Monitoramento e Gestão de Informação Ambiental do Naturatins, Renato Pires, que coordena o Cimdea, informa que o novo satélite vai fornecer imagens com altíssima resolução e o Estado do Tocantins poderá utilizá-las sem custo, graças ao Termo que está sendo firmado com a Visiona. “As imagens gratuitas que utilizamos hoje são de média e baixa resolução e imagens em alta resolução são caríssimas, por isso esse convênio é tão importante para nós”, explica o gerente.

Em relação à necessidade de o Tocantins ter acesso a imagens em alta resolução, Renato esclarece que elas vão melhorar ainda mais os produtos elaborados pelo órgão ambiental, bem como a análise geoespacial feita pelo Naturatins.

“Para se ter uma ideia da importância dessa nova cooperação técnica, hoje, para monitorar os focos de calor, pegamos as informações geradas pelo Instituto Nacional de Pesquisa Especial (INPE), que indicam áreas com possíveis ocorrências de queimadas e cruzamos essas informações com imagens de satélites (geralmente do Landsat ou Sentinel), e só assim conseguimos quantificar a área queimada”, explica Renato Pires. O gerente acrescenta que as imagens com alta resolução permitirão quantificar áreas que sequer seriam observadas pelas imagens com baixa resolução.

Abrangência

O presidente do Naturatins, Sebastião Albuquerque, lembra que o território tocantinense possui 277.620,914 km², representando 3,26% de todo o território nacional e 7,2% da região Norte. Além disso, 91% da área total do Estado estão inseridos no bioma Cerrado e 9% no bioma Amazônia. “O Governo do Estado tem investido na estruturação dos recursos tecnológicos relacionados às ações de monitoramento da cobertura florestal e a parceria com uma empresa que vai prover o Estado de imagens com alta qualidade, o que demonstra a preocupação da gestão com as questões do meio ambiente”, analisa o presidente.

Albuquerque reforça que, como principal fronteira agrícola do bioma Cerrado, o Tocantins possui necessidade de controle oficial de seus recursos naturais e que para tanto é fundamental o acesso a recursos tecnológicos, de modo a viabilizar o monitoramento contínuo dos recursos naturais.

“É preciso conhecer o posicionamento real de onde se encontram as principais atividades produtivas, sejam elas agropecuárias ou não, com potenciais de degradação ambiental, associadas a recursos hídricos, assim como identificar atividades relacionadas aos recursos madeireiros. E é isso que estamos buscando por meio desse Termo de Cooperação Técnica que está em andamento”, esclarece o presidente.

Parceria

A Visiona Tecnologia Espacial S.A. irá lançar o nanossatélite VCUB-1 em 2021. Com o nanossatélite já em operação, o Naturatins terá acesso a imagens de alta resolução espacial, que poderão ser utilizadas em várias frentes de trabalho, dentre elas a elaboração de produtos cartográficos que darão subsídio às ações de monitoramento, inspeção e fiscalização ambiental.

Em contrapartida, a Visiona terá acesso aos relatórios e análises da utilidade das imagens obtidas pelo VCUB-1 aplicadas às ações de monitoramento, inspeção e fiscalização ambiental desenvolvidas pelo.

As imagens coletadas pelo nanossatélite também poderão servir de apoio ao setor produtivo, uma vez que estará equipado com aparelhos e sensores de altíssima tecnologia, capazes de monitorar com precisão áreas de produção agropecuária e seus recursos naturais.

O nanossatélite

O VCUB-1 tem seu peso estimado em 10 quilos e ficará posicionado a 600 quilômetros de altura. Dará uma volta na Terra a cada 90 minutos. O satélite também vai permitir levar sinal a regiões remotas para conectar maquinários equipados com internet.

O VCUB1 possui arquitetura altamente sofisticada e características como precisão de apontamento, estabilidade e geração de energia típicas de satélites bem maiores.

O satélite estará equipado com uma câmera de alta resolução espacial capaz de coletar imagens com qualidades radiométrica e geométrica superiores às encontradas no mercado, fatores fundamentais para aplicações agrícolas e de proteção do meio ambiente.

O VCUB1 contará também com um sistema de coleta de dados baseado na tecnologia de rádio definido por software voltado inicialmente à aplicações de coleta de dados hidrometeorológicos, mas que pode ser atualizado mesmo após o lançamento para a inclusão de outras aplicações de internet.

A empresa

A Visiona Tecnologia Espacial S.A. é uma joint-venture (empreendimento comum entre empresas), formada pela Embraer e a Telebras, voltada para a 

Convênio em fase de elaboração entre o Naturatins e a empresa Visiona, formada pela Embraer e Telebras, permitirá o uso de imagens em alta resolução do primeiro nanossatélite brasileiro para observação da Terra, cujo lançamento está previsto para 2021z

integração de sistemas espaciais. Criada em 2012 para atender os objetivos do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) e do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE).

A empresa foi a responsável pelo programa do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, o SGDC, e é líder no mercado brasileiro de sensoriamento remoto orbital. Em 2018, a Visiona anunciou o programa do primeiro satélite fabricado por uma empresa privada, o VCUB1, e concluiu com êxito o primeiro Sistema de Controle de Órbita e Atitude de satélites desenvolvido no Brasil.