Conexão Tocantins - O Brasil que se encontra aqui é visto pelo mundo
Meio Ambiente

Tocantins é o estado mais novo da República brasileira, tendo sido criado em 1988 a partir da divisão do Estado de Goiás em sua parte mais ao norte do compasso. Mas mesmo sendo um estado muito mais novo do que boa parte de suas contrapartes ao norte e nordeste do Brasil, seus legados cultural e ambiental são ancestrais – e valiosíssimos no contexto nacional e também mundial.

A parte ambiental é o que mais entra em voga quando se trata do Tocantins, por conta da presença de dois dos seis biomas que compõem a nação no território do estado. Ao Noroeste, partes da Amazônia tocam e invadem as linhas que fazem fronteira entre Tocantins e Pará. E o resto do estado encontra-se encoberto pelo cerrado que parte do sul do Mato Grosso do Sul, e se estende até o sul do Maranhão, passando também por Minas Gerais, Bahia e Piauí.

Isso faz com que Tocantins seja muitas vezes centro da atenção de causas de proteção ambiental, uma vez que muitas espécies tanto do bioma amazônico quanto do cerrado sob perigo de extinção frequentam o território. Algumas vezes, estes podem ser vistos à beira das estradas que cortam o estado, tentando atravessar o asfalto em dias mais quentes.

Essa pauta de proteção ambiental encontra-se ainda mais em voga por conta dos incêndios que tem tomado lugar no centro-oeste do Brasil, afetando não só o pantanal, mas também o cerrado. É um infortúnio terrível, que relembra não só a importância da causa de proteger nossos biomas, mas também a dimensão da influência cultural que a natureza brasileira exerce no país e no resto do mundo.

A cultura reproduz a riqueza da natureza

O Tocantins, por conta dos seus biomas e da sua grande extensão territorial, acaba sendo a “casa” de várias espécies que geram fascínio mesmo entre aqueles que não são fanáticos em biologia. Afinal, tais espécies são símbolos da diversidade e também das belezas que a natureza traz quando ela segue seu curso de forma livre.

Algumas vezes, esses símbolos acabam se tornando literais. No caso do Tocantins, a arara-Canindé – também conhecida como arara de barriga amarela – é não só símbolo oficial do estado, mas também presente em várias coleções de fotografias e livros inspirados nos cenários do estado. Um dos livros é o ensaio fotográfico Birds of Brazil: Aves do Brasil lançado pela editora Brasileira. O autor Ricardo Martins em 2017 registrou por 15 anos várias das grandes aves do país, incluindo a arara que é muitas vezes encontrada nas ruas da capital tocantinense.

Em outros casos, a natureza serve como inspiração para ilustrar artigos que inicialmente podem parecer inusitados, mas que fazem completo sentido a partir de uma inspeção mais funda. Na indústria de cassinos, a procura por fontes de inspiração para novos jogos é um processo constante. Isso levou a empresa alemã Merkur a desenvolver o jogo Amazônia, disponibilizado na Unique Casino – que é tida como uma das melhores casas de cassino online pelo website Casinos.pt, em seu ranking de espaços que considera aspectos como acessibilidade, diversidade e segurança. O jogo é ilustrado por várias espécies nativas da floresta amazônica, incluindo a própria arara-Canindé.

A indústria de filme vai além, usando a Amazônia como cenário de filmagem. O filme alemão Fitzcarraldo, distribuído pela empresa alemã Filmverlag der Autoren, dirigido por Werner Herzog e lançado em 1982, é um dos exemplos mais célebres. A trama conta a história do grande fã de ópera e aspirante a barão da borracha que dá nome ao filme, e sua missão de atravessar um barco por uma montanha para realizar o sonho de ganhar grande fortuna para construir uma casa de shows para si.

E o mundo dos videogames não fica fora da lista. Uma das teorias desse mundo é que a máscara de Majora em The Legend of Zelda: Majora’s Mask, é inspirada nas cerâmicas da sociedade marajoara. Esse povo viveu na ilha de Marajó que hoje é parte do estado do Pará durante os tempos pré-colombianos entre 1000 a.C. e 1400 d.C., deixando para trás peças que lembram muito o visual utilizado pelos desenvolvedores da Nintendo para ilustrar as desventuras de Link em sua missão de salvar o planeta de um colapso com a lua.

Muitos ganhos no longo prazo

Algo que torna a causa de proteção ambiental muito mais difícil, é o fato dela não gerar muitos frutos econômicos/financeiros no curto prazo. De fato, o mais provável é que os custos iniciais com a implementação e fiscalização das áreas de proteção sejam bem maiores que os ganhos advindos de qualquer atividade que explore essas áreas no futuro, principalmente em um âmbito turístico – como já fazem outras nações que também tem faunas e floras tão valorizadas quanto o Brasil.

Mas é justamente por isso que a iniciativa pública é quem geralmente toma a frente destes projetos. Afinal são eles quem tem a maior disponibilidade de recursos, e também não carregam os fins puramente lucrativos do empresariado comum.

Entretanto, há cenários em que a iniciativa pública não conta com esses recursos, ou não está disposta a despende-los. Em cenários assim, a solução é contar com a cooperação internacional para auxiliar a causa.

O importante no fim do dia é manter protegida a nossa riqueza natural. No longo prazo, esse será um investimento que dará muito mais frutos do que qualquer fundo de opções financeiras disponíveis nos mercados aqui e lá fora.