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Campo

O valor da produção florestal tocantinense cresceu 23,5% em 2019 e ficou em R$ 86,8 milhões. Como ocorre desde 2017, a silvicultura (obtida em florestas plantadas) superou a extração vegetal. Mas no cenário nacional, o estado foi destaque no extrativismo do pequi e do coco babaçu.

Esses são os resultados preliminares da Pesquisa da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (Pevs) 2019, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Pevs investiga 37 produtos do extrativismo vegetal e sete da silvicultura e traz informações sobre a produção, a variação e a distribuição espacial de produtos madeireiros e não-madeireiros.

No ano passado, a silvicultura teve crescimento de 67%, em relação a 2018 e contribuiu com 73,3% (R$ 63,5 milhões) do valor da produção florestal do estado (R$ 86,8 milhões). A madeira em tora representou 91% da silvicultura tocantinense, a lenha 8,4% e o carvão vegetal 0,64%. 

Segundo a pesquisa, a participação da extração vegetal (coleta de produtos em matas e florestas nativas) foi de 26,7% (R$ 23,2 milhões) do valor da produção florestal no estado, com queda de 27,8% frente ao ano anterior.

Os produtos madeireiros (carvão vegetal, lenha, madeira em tora) representaram 81,8% da extração vegetal tocantinense, seguidos pelos alimentícios (12,2%), oleaginosos (5%) e fibras (0,92%). Entre os produtos extrativos não madeireiros, destacaram-se no estado o pequi, o açaí e o coco babaçu.

Destaques

A quantidade de açaí extraída passou de 14 toneladas em 2018, para 30 toneladas no ano passado. O valor de produção: de R$ 73 mil para R$ 233 mil. A supervisora da pesquisa, Rachel Pinton, esclarece que esses resultados são dos frutos coletados em matas e florestas nativas. A pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM) revelou que o cultivo do fruto também está em expansão no Tocantins e até supera o extrativismo.

O pequi, por sua vez, deu destaque nacional para o Tocantins: o segundo principal produtor, perdendo apenas para Minas Gerais. Em 2019, foram 3.678 toneladas coletadas, 4,9% a mais que em 2018 (3.505 toneladas). O valor de produção do fruto se manteve praticamente estável, passando de R$ 2,1 milhões para R$ 2,2 milhões.

A extração do coco babaçu também se mostrou relevante no estado. Tocantins ficou em terceiro no ranking nacional de produção. Na liderança o Maranhão, seguido do Piauí. Tanto a quantidade coletada, quanto o valor de produção ficaram estáveis em relação a 2018: 411 toneladas e R$ 1,1 milhão, respectivamente.

Florestas plantadas

A área total de florestas plantadas no Tocantins teve retração de 8,4%, somando 139 mil hectares. Cerca de 129 mil hectares correspondem às áreas de eucalipto, que representam 92,5% da área total. O pinus (78 hectares) foi responsável pela cobertura de apenas 0,06% das áreas cultivadas com florestas plantadas para fins comerciais. Outras espécies somam 10 mil hectares (7,4%).

Em 2018, a área dos efetivos da silvicultura era de mais de 152 mil hectares. De acordo com os resultados da pesquisa, no ano passado, houve redução de cerca de 16 mil hectares das áreas cultivadas com eucalipto e incremento de 3 mil hectares de outras espécies.

Dados nacionais

Após três anos consecutivos de crescimento, o valor da produção da silvicultura caiu 5% no Brasil na comparação com o ano anterior, atingindo R$ 15,5 bilhões. Com isso, a participação da silvicultura representou 77,7% do valor de produção florestal, que atingiu R$ 20 bilhões, enquanto o extrativismo vegetal respondeu por 22,3% (R$ 4,5 bilhões), com alta de 6,4% frente a 2018.

A participação dos produtos madeireiros segue preponderante no setor, representando 90,0% do valor da produção florestal, entretanto demonstrou pequena redução em comparação ao ano anterior (3,3%). Entre os produtos extrativos não madeireiros, destaca-se a carnaúba (pó), o pinhão e o açaí.