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Foto: Divulgação Foram povoadas 11 caixas com abelhas das espécies Marmelada, Uruçu Amarela, Uruçu Preta, Tiuba e Jataí. Foram povoadas 11 caixas com abelhas das espécies Marmelada, Uruçu Amarela, Uruçu Preta, Tiuba e Jataí.

Com o objetivo de incentivar a criação de abelhas sem ferrão em espaços urbanos, como também atender as demandas dos produtores do município e região, o escritório local do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), em Araguaína, implantou uma unidade demonstrativa de Meliponicultura, em sua sede.

Segundo o extensionista Athila Damasceno, a unidade denominada de Meliponicultura Urbana ocupa a varanda do próprio escritório e mostra como pode ser feito o manejo das abelhas em pequenos espaços.  

“Montamos essa unidade demonstrativa, há sete meses, com o intuito de testar o manejo das abelhas sem ferrão em varandas, atender os produtores, além de fazer vídeos educativos e informativos com orientações específicas da atividade, neste tempo de pandemia causada pela Covid-19. Desde que foi implantada, foram realizadas na unidade palestras, videoaulas, atendimentos on-line e conferências com produtores e alunos. O espaço ainda serve de local para salvamento de enxames de produtores que estão com problemas de manejo”, explica o extensionista.

Resultado da unidade

Conforme o extensionista, foram povoadas 11 caixas com abelhas das espécies Marmelada, Uruçu Amarela, Uruçu Preta, Tiuba e Jataí. Após sete meses, a unidade apresenta resultados, com a primeira colheita da safra de mel de Tiúba 100% produzido no escritório.

“A criação de abelhas é um negócio lucrativo para o produtor. Hoje, o litro do mel de Tiúba é comercializado a R$ 250 na cidade. O enxame de Tiúba aqui do escritório rendeu 230 ml de mel. Nossa meta era provar que o manejo correto e a alimentação estratégica são eficientes na fortificação de enxames”, observa Athila Damasceno, complementando que, no futuro, a ideia é fazer um projeto de pesquisa para avaliação da qualidade do mel produzido.

Parcerias

O projeto de incentivo à criação de abelhas sem ferrão é idealizado pelo técnico agrícola do Ruraltins, Wandro Cruz, que visa também sensibilizar o município a plantar, nas áreas verdes, árvores nativas do Cerrado justamente para servir de flora alimentar para as várias espécies de abelhas, além de buscar parceria com as universidades e produtores da cidade.

“O incentivo geral dessa atividade faz parte de um projeto macro, onde temos a intenção de levantar informações suficientes para estimular quintais e varandas urbanas agroecológicas, para futuramente promovermos a integração de fruticultura, horticultura, meliponicultura e aquaponia em sistemas urbanos. Levando às famílias segurança alimentar, alimentação saudável< bem como proporcionando ainda a preservação de espécies nativas do Cerrado”, relata o extensionista.

Meliponicultura

A meliponicultura (criação racional de abelhas nativas) já vem sendo difundida em todo Brasil. As abelhas nativas são de fácil manejo e podem ser criadas em áreas rurais e urbanas, seja visando ao lazer, à educação ou à criação comercial, sendo um componente muito importante para o desenvolvimento de sistemas agroecológicos de produção adaptados ao Tocantins, voltado principalmente para a agricultura familiar.

As abelhas sem ferrão são nativas e recebem esse nome por possuírem seu ferrão atrofiado. Além de produzirem um delicioso mel (considerado medicinal), essas abelhas desempenham um papel fundamental como polinizadores, garantindo a sobrevivência de plantas nativas e cultivadas. Apesar da sua grande importância ecológica, muitas espécies de abelhas sem ferrão estão sendo dizimadas, seja pelo desmatamento, queimadas ou uso de agrotóxicos.