Uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal do Tocantins (UFT) está desenvolvendo uma plataforma de apoio psicológico à comunidade, principalmente alunos. A equipe, coordenada pela professora de Jornalismo Alice Agnes, é composta por uma médica da família egressa da UFT, uma professora de Psicologia e uma aluna de Enfermagem.
O projeto tem como objetivo desenvolver um app ou um chatbot que ajude na identificação e orientação inicial de pessoas em situação de vulnerabilidade psicológica, baseado no protocolo do Ministério da Saúde. Em 2018, foi realizado um pré-mapeamento de questões relacionadas à saúde mental dos estudantes da UFT e números preocupantes de sofrimentos psíquicos foram constatados.
“No nosso mapeamento de 2018 observamos que 69,7% dos participantes admitiu ter algum problema de saúde emocional. Em relação aos diagnósticos já recebidos, 81% dos participantes afirmaram sofrer com crises de ansiedade, 46% com depressão, 25% com transtorno de déficit de atenção, além de diversos outros problemas como transtorno bipolar, síndrome do pânico, bulimia, anorexia, automutilação”, diz a coordenadora Alice Agnes. “Além dos diagnósticos confirmados de problemas associados ao sofrimento psíquico, dentre os dados mais impactantes obtidos nas entrevistas está o fato de que, 63% dos participantes da pesquisa declararam que já tentaram ou pensaram em suicídio, e 59% disseram desconhecer a existência de quaisquer serviços de apoio à saúde mental dentro ou fora da Universidade”.
A pesquisa indicou que grande parte dos universitários não têm ciência dos serviços de auxílio psicológico que são ofertados. “Esta mesma pesquisa demonstrou que a maioria das pessoas desconhece os serviços de apoio oferecidos pela UFT, pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e por outras iniciativas. Esse projeto é uma tentativa de reduzir estes números tão preocupantes”, afirma a coordenadora.
A equipe espera iniciar os testes da plataforma em janeiro de 2021 e a coordenadora reitera a importância do projeto “Este projeto é importante porque pode ajudar os Programas de Apoio à Saúde Mental Estudantil na identificação de alunos em risco e também orientar pessoas em sofrimento, seguindo o Protocolo Nacional de Prevenção ao Suicídio.”
Uma pesquisa está sendo realizada para escolher a ferramenta (chat, autobot, entre outros) que será utilizada.
Os interessados podem contribuir preenchendo a pesquisa online.