Um suposto crime de feminicídio, ocorrido na zona rural de Taguatinga, no dia 15 de junho de 2020 foi completamente solucionado pela Polícia Civil nessa terça-feira, 17. O encerramento das investigações e a conclusão do inquérito policial apontam que o crime foi cometido por um indivíduo de 44 anos, que era o companheiro da vítima, uma mulher de 51 anos de idade.
De acordo com o delegado Eduardo Nunes, responsável pelo caso, as investigações em torno do fato tiveram início no dia seguinte ao crime (16 de junho), quando o suposto autor procurou a sede da Delegacia de Taguatinga e registrou um Boletim de Ocorrência informando que sua companheira havia desaparecido e que a mesma sofria com problemas de saúde. Na ocasião, o autor também informou que começou a procurar pela esposa e no dia seguinte encontrou seu corpo já sem vida às margens de um rio, próximo ao povoado Manoel Alves.
Contudo, alguns detalhes da versão apresentada pelo homem não convenceram a Polícia Civil. Deste modo, o corpo foi recolhido e encaminhado ao Instituto Médico Legal para a realização dos exames periciais. Nesse meio tempo, os policiais civis da 103ª DP aprofundaram as investigações e descobriram que a vítima era constantemente agredida pelo suspeito e que ele era temido por vizinhos e demais moradores do local, já que era considerado muito agressivo.
No decorrer dos trabalhos investigativos, a Polícia Civil coletou mais indícios que apontavam para o fato de que havia ocorrido um crime e não uma morte natural como queria dar a entender o investigado. Algumas semanas depois, os laudos do IML ficaram prontos e apontaram que a vítima teve a coluna cervical quebrada em dois lugares por conta da ação de um objeto contundente. Diante dos novos fatos, a autoridade policial representou, junto ao Poder Judiciário, pela prisão temporária do homem que passou a ser considerado o principal suspeito de um crime de feminicídio.
Dessa forma, o homem foi preso pela Polícia Civil no mês de outubro. Com o esclarecimento da causa da morte, as equipes da 103ª intensificaram as investigações e obtiveram ainda mais indícios de que, de fato, a mulher havia sido assassinada, sendo que na última incursão feita no imóvel que ela compartilhava com o suspeito, havia várias marcas de sangue em móveis e objetos. Diante dos novos fatos levantados pela Polícia Civil, o delegado Eduardo Nunes concluiu as investigações nessa segunda-feira, dia 16, e representou junto ao Poder Judiciário pela conversão da prisão temporária em preventiva. Com base nas investigações da equipe de policiais civis da Delegacia de Taguatinga, o juízo da Comarca da cidade acatou o pedido e, nessa terça-feira, 17, converteu a prisão temporária em preventiva.
Com o encerramento das investigações, o inquérito foi remetido ao Poder Judiciário e ao Ministério Público para que sejam tomadas as devidas providências. O indivíduo, que já se encontrava preso, continuará a na Cadeia Pública local, à disposição do Poder Judiciário.
Para o delegado Eduardo Nunes, o esclarecimento do caso é de suma importância no sentido de dar uma resposta adequada à população de Taguatinga, uma vez que trata-se de um crime de feminicídio, motivado pela condição de mulher da vítima e também pelo fato de que o investigado tentou fazer parecer que mulher havia morrido em decorrência de possíveis problemas de saúde que tinha.