Uma organização criminosa suspeita de fraudar certificados de condutores de pessoas e produtos perigosos no Tocantins é alvo de uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual (MPE) realizada nesta quinta-feira, 28.
Até agora duas pessoas foram presas. O Gaeco, juntamente com a Polícia Civil e o MPE de Goiás, cumprem ainda 12 mandados de busca e apreensão em Palmas, Araguaína, Dianópolis, Almas, Gurupi, Tocantinópolis e em cidades de Goiás.
De acordo com o MPE, a quadrilha estaria fraudando certificados para que condutores de veículos atuassem no transporte de passageiros e cargas perigosas, mesmo sem terem passado pelo curso de formação obrigatório.
Segundo o Gaeco, os certificados fraudados eram emitidos pelo Instituto Tocantinense de Trânsito (ITT), autorizado pelo Detran. Assim, “Os criminosos obtinham vantagem econômica com a venda dos certificados e induziam o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) ao erro na hora de registrar os cursos nas carteiras de habilitação dos envolvidos”, informou o órgão.
Desde 2016, o ITT ministra cursos especializados para condutores de veículos de transportes de produtos perigosos e cargas indivisíveis, além de passageiros, escolar, de emergência, mototáxis e motofretes.
Além das prisões, também foram apreendidos documentos, celulares, duas armas de fogo e R$ 7.750,00. Os sigilos bancário, financeiro e fiscal dos investigados também foram quebrados. O Gaeco não divulgou os nomes dos suspeitos.
Donatio
A operação realizada nesta quinta ganhou o nome de Donatio, em alusão à Doação de Constantino – Donatio Constantini no latim – que ganhou fama ao longo da história como sendo o documento fraudado mais famoso da idade medieval. Este documento diz que o imperador Constantino I teria doado ao Papa Silvestre I terras e prédios dentro e fora da Itália, em seu quarto consulado. Nos debates medievais, a Donatio era mencionada e rejeitada muitas vezes, classificada como falsa.