A piscicultura vem ganhando força no Tocantins. Dados do anuário da Associação Brasileira da Piscicultura (PEIXE BR) publicados nessa segunda-feira, 22, apontam um crescimento de 11,3% do setor em 2020. No levantamento, o Estado produziu 14,8 mil toneladas de peixes, sendo que, no ano anterior, a produção foi de 13,3 mil toneladas. O produtor Pedro Trindade Martins, proprietário da Fazenda São Pedro, no município de Wanderlândia, é um dos produtores que vêm contribuindo para esse avanço.
Com assistência técnica do escritório local do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins) de Araguaína, na região norte do Tocantins, o produtor visa alcançar 450 toneladas de peixes por ano a partir de 2022. Na propriedade, ele trabalha em dois sistemas produtivos, um intensivo, em viveiros escavados, com cinco hectares de lâmina d’água, e 100 mil peixes da espécie tambatinga; e o outro superintensivo com 17 tanques elevados, que contêm 55 mil tilápias e 25 mil pintados, sendo dois berçários de 100 mil litros e 15 tanques para engorda de 150 mil litros. Atualmente, a produtividade do projeto chega a 250 toneladas de peixes por ano.
Segundo Pedro Trindade, a piscicultura entrou em sua vida há cinco anos, quando deixou o ramo imobiliário em Goiás e veio morar no Tocantins. Já pensando em investir na atividade, aproveitando as condições favoráveis do Estado. “O suporte técnico que recebo do Ruraltins, é essencial. Piscicultura é algo muito complexo, se vacilar tem prejuízos grandes, como já tive”, afirma, destacando ainda que conta com o apoio de sete funcionários fixos, e sua produção tem como destino os supermercados de Araguaína, Colinas e outras cidades próximas, além de parte ir para o frigorífico.
Crescimento
A região norte do Estado é uma das regiões que vem se destacando nessa cadeia produtiva. Por meio do convênio de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) para Médios Produtores, desenvolvido pelo Governo do Tocantins, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os produtores têm acompanhamento técnico permanente em suas propriedades.
“Nosso objetivo é contribuir com o desenvolvimento econômico e social dos médios produtores rurais do Tocantins, de modo a estimular a diversificação da produção, melhorar a produtividade e consequentemente ampliar a renda. A exemplo do que vem acontecendo na fazenda do produtor Pedro Trindade, que há três anos recebe orientações importantes para o desenvolvimento da piscicultura, como o dimensionamento da quantidade de peixes dentro dos viveiros escavados, sobre as tecnologias para melhorar a oxigenação [Aeradores]. E no ano passado, foi orientado quanto à ampliação do sistema de produção em sua propriedade, com a implantação de modelos novos como os tanques elevados, com a criação da tilápia nesses tanques”, frisou o engenheiro de pesca Renan Sousa, do Ruraltins de Araguaína, responsável pelo atendimento ao produtor.
Incentivos
Ocupando a 18ª posição no ranking nacional, o Governo do Tocantins investe em incentivos e políticas públicas para desenvolvimento da atividade, especialmente em linhas de crédito para o pequeno produtor, como o programa Tilápia – Vida na Água, que está disponibilizando, via Agência de Fomento, R$ 10 milhões. Além de outros benefícios, como a lei específica que concede a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para a produção e a comercialização do pescado até 2024.
Aliado a essas políticas públicas para o desenvolvimento da piscicultura, o Tocantins tem ainda uma boa logística de distribuição, contando com mais de 7 mil km de rodovias pavimentadas que ligam o Estado às rodovias federais. A Ferrovia Norte-Sul é também um meio importante com 800 km de trilhos cortando o Estado e possibilitando o acesso aos portos de Itaqui (MA) e de Santos (SP), além da Hidrovia Tocantins ligando o Estado aos portos de Belém (PA) e Manaus (AM).