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Foto: Ruraltins O sistema consiste em uma tecnologia de recuperação/renovação de pastagens em consórcio com culturas anuais O sistema consiste em uma tecnologia de recuperação/renovação de pastagens em consórcio com culturas anuais

O Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins está instalando mais uma Unidade Demonstrativa voltada para a recuperação e formação de pastagem pelo Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono). O extensionista rural do Escritório Local de Tocantínia, Raulino Noleto de Moura, iniciou a assistência técnica ao produtor Patys Garrety da Costa Franco, da Fazenda Vão d´Água, no município de Pedro Afonso, com o plantio integrado Lavoura-pecuária, no Sistema de integração Barreirão Plus.

Esse sistema consiste em uma tecnologia de recuperação/renovação de pastagens em consórcio com culturas anuais, neste caso, o plantio de uma variedade de arroz com tecnologia Clearfield (CL) em consórcio com uma forrageira de alta qualidade e quantidade produtiva. “Esse sistema, além do benefício principal que é formar e reformar a pastagem em termos de conservação e fertilidade do solo, traz ainda a vantagem em relação à produtividade do grão, em que produtor pode recuperar o investimento e até mesmo lucrar com a colheita do arroz, promovendo assim a redução dos custos e assegurando a antecipação do retorno financeiro ao pecuarista”, explica o gerente de agricultura do Ruraltins, Edmilson Rodrigues.

Na propriedade, o jovem agricultor, orientado pelo técnico do Ruraltins, investiu no cultivar de arroz de terras altas resistente a herbicida (BRS A501) integrado ao capim forrageiro Panicum Tamani e os Brachiarias Marandu e Dictyoneura. Com áreas plantadas de 20 e 60 ha, a expectativa de Patys Garrety é colher, em meados de junho, cerca de 60 sacas de arroz por hectare, um total de 4.800 sacas do grão, e principalmente, garantir a alimentação do gado no período de estiagem. “Meu objetivo é formar pasto para o gado, e com a colheita do arroz, recuperar o investimento feito, que até agora foi em torno de R$ 3.600 por hectare, desde o preparo do solo, ao plantio”, destaca.

Com relação à assistência técnica recebida, o produtor destaca que a produção só vem acontecendo devido às orientações que tem recebido do órgão rural. “Eu não sou do ramo e entrei com esse plantio na confiança dessa parceria com o Ruraltins. Entrei com o financeiro e a propriedade, mas com todo o suporte técnico do Ruraltins. O técnico é um companheiro que tem me ajudado desde o início, com a regulagem, a quantidade e o preparo da semente, o com o plantio,  agora o acompanhamento da germinação”, ressalta.

Para o extensionista Raulino Noleto, a proposta foi trabalhar com uma tecnologia nova que pudesse trazer retorno ao produtor e dar a oportunidade de investir esse ganho na pecuária de corte, que é a atividade principal da propriedade. “Quando ele comentou que ia formar pasto e solicitou assistência técnica, nós já entramos, pelo plano ABC, com todo o acompanhamento e a proposta da tecnologia clearfield, que retarda o crescimento do capim, possibilitando a safra do arroz, onde ele vai colher e poder recuperar o seu investimento em um curto prazo”, explica.

Para a execução do Plano ABC, o Ruraltins conta com um convênio firmado com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), onde o foco é uma agricultura de Baixa emissão de carbono com técnicas mais sustentáveis de plantio e cria de animais. “Esse convênio, via Ruraltins e Mapa, atende três vertentes principais: a integração lavoura-pecuária-floresta; pecuária de corte e pecuária leiteira. Dentro do estado do Tocantins vários técnicos estão sendo capacitados nessas áreas, e em resposta a essas qualificações, eles vão a campo e dentro destas propriedades eles montam as Unidades de referência tecnológica, em que vários desafios acontecem mas com essas capacitações  eles conseguem desenvolver uma agricultura com base sustentável, com boa produtividade e visando um custo mais baixo”, explana a engenheira florestal do Ruraltins, Marla Guedes, acrescentando que essa Unidade vai receber assistência técnica contínua para que sirva de vitrine agrícola voltada para a transferência de tecnologias aos produtores da região, e também para as capacitações de extensionistas realizadas pelo órgão.

Plano ABC

O Plano Estadual de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura, também denominado Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), refere-se a um importante parte dos compromissos assumidos internacionalmente pelo Brasil de reduzir suas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).

No que se refere à sua execução, o Tocantins é reconhecido na região norte como o estado que mais apresentou e têm projetos. Nacionalmente é referência e é considerado o que mais avançou, nos últimos anos, nos investimentos para a prática sustentável na agropecuária.

O Plano ABC está estruturado em sete programas: Recuperação de áreas de pastagens degradadas, Integração-Lavoura-Pecuária- Floresta (iLPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs), Sistema de Plantio Direto (SPD) 4. Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) 5. Florestas Plantadas, 6. Tratamento de dejetos animais e 7. Adaptação às mudanças climáticas.