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Em sua maior operação de resgate de bem, o Corpo de Bombeiros Militar, por meio da Companhia Independente de Busca e Salvamento (CIBS), devolveu ao dono uma balsa que estava naufragada no fundo do Rio Formoso. O trabalho durou sete dias e consumiu uma média de 12 cilindros de ar comprimido, diariamente.

A ação ocorreu na divisa dos municípios Dueré e Formoso do Araguaia, onde as águas caudalosas e profundas do Rio Formoso chegam a quase oito metros de profundidade. Para amarrar os cabos de aço ligados aos tambores nas alças da balsa, os bombeiros militares precisaram mergulhar cerca de 320 vezes.

O capitão Raphael Menezes, comandante da CIBS, foi também quem liderou a missão, contando com outros cinco bombeiros, sendo quatro mergulhadores: o 1º sargento Fred Moreira Nascente, os soldados Judáh Ben Hur, Alex Bezerra Barros, Alexandre Velasco e Samuel Pacheco Morais Filho.

O naufrágio pode ter relação com o desgaste do casco da balsa, que aos poucos se enferrujou e permitiu a infiltração, levando a embarcação para o fundo da água. O equipamento era usado na travessia de veículos e precisou ser içado por quatro tambores de mil litros e 10 de duzentos litros.

“A gente enchia cada tambor com água, descia ele até a balsa e depois esvaziava ao tempo em que eles recebiam ar. Nisso, nós amarrávamos os cabos de aço neles e na balsa para trazê-la para a superfície”, conta o capitão Menezes.

A embarcação estava no meio do Rio Formoso, a cerca de 70 metros da margem. Além do desafio de vencer a visibilidade zero, havia outro fator: a forte correnteza no local. “Foi o que mais nos deu trabalho”, afirma Menezes.

“E a questão não era só levantar a balsa, mas também trazê-la para a margem”, relatou o capitão, que precisou, junto com os demais bombeiros, engatar um correntão de 1.200 quilos na balsa para que ela fosse puxada por três máquinas.

“Tivemos que carregar o correntão debaixo da água até engatar na balsa”, frisa Menezes.

Apesar de todo o desafio, o capitão afirmou que “para os bombeiros militares essa foi uma experiência única”. “A gente pode até afirmar que essa operação equivale a um curso específico”, destacou.

O trabalho foi concluído dia 17. As emendas dos cabos não estavam suportando o peso da balsa, fazendo com que a missão demorasse mais tempo. “As emendas eram feitas com braçadeiras, mas algumas não aguentavam e estouravam quando nós fazíamos o tracionamento para içar a balsa”, diz Menezes.

Tamanho era o peso da embarcação, que os mergulhadores conseguiram levantá-la apenas dois palmos do chão, medida suficiente para as máquinas a arrastarem até a margem praticamente de uma só vez. (CBM/TO)