Assim como já ocorreu no passado, o mercado imobiliário tem demonstrado maneiras para crescer, mesmo em meio à crise econômica que o país passa em razão da pandemia de Covid-19. Obviamente que, no caso da pandemia, a orientação de se fazer isolamento social, que fez com que muitos começassem a trabalhar em casa, foi preponderante. Aliado a isso, se tem a baixa da taxa de juros que foi aplicada pelas instituições financeiras.
O vice-presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Wilson Rascovit, observa que, com a necessidade e disposição de permanecer em casa para evitar contágio e a proliferação da doença, as pessoas passaram a ter uma maior consciência e ligação com a casa própria. “Isso porque passou a ser colocado na balança a disputa de qualidade de vida versus qualidade do imóvel”.
Antes da pandemia, com o trabalho, sendo concentrado especialmente na sede das empresas, as pessoas não se importavam muito com o estado do imóvel. “O que mais importava, às vezes, era simplesmente uma localização para facilidade de locomoção”, justifica.
Hoje, com a alta do home office e a necessidade de se permanecer em casa, a residência acaba sendo um pouco afastada, na busca de imóveis que fornecem à família uma melhor qualidade estrutural. “Vê-se muito isso através da procura por imóveis em condomínios de casa com área verde e prédios mais estruturados com área de lazer, por exemplo”, diz Wilson Rascovit.
Ele acredita que concentração de pessoas nas grandes cidades também poderá sofrer um impacto. “Isso porque esses imóveis são mais facilmente encontrados em regiões metropolitanas ou cidades menores, mas mais próximas de grandes centros”, aponta.
Somado a esse movimento de busca de qualidade de moradia, ligada à estrutura do imóvel, tem-se a baixa na taxa de juros que privilegia a aquisição à locação. “Com a taxa de juros do financiamento baixa e a alta do IGP-M, investir recursos em parcela de financiamento, mesmo pagando juros, é algo muito mais vantajoso financeiramente a pagar um aluguel mensal”, conta o vice-presidente da ABMH
Mas não é só o ponto de vista financeiro que bate nessa conta, segundo Wilson Rascovit. “A aquisição de um imóvel configura aumento de patrimônio, que não tende a perder valor. Já no caso da locação, todo o valor investido não vai retornar em forma de patrimônio à família.”