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Saúde

Foto: Mariana Ferreira

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Identificada pela primeira vez na Índia, em outubro do ano passado, a variante Delta de SARS-CoV2 (B.1.671.2), também chamada de variante indiana, já foi confirmada em mais de 120 países e 15 estados brasileiros, incluindo o Tocantins. A amostra do Tocantins, sequenciada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é de um paciente de 36 anos, atendido na Unidade de Saúde da 503 Norte, no município de Palmas, em julho deste ano.

O registro da variante, tida como de alta transmissibilidade, reforça o alerta de que as medidas de prevenção e a busca pela vacinação devem ser mantidas. Segundo o médico infectologista, Rafael Albuquerque, a variante apresenta sintomas muito parecidos com os de uma gripe, um resfriado, por isso a atenção deve ser redobrada.

“Tem sido menos relatada a perda do olfato e do paladar, mas no geral todas as variantes são parecidas com uma gripe. Algumas com sintomas mais exagerados, outras mais tranquilos, mas em geral apresenta tosse, secreção, dor de cabeça, dor de garganta e febre. Não muda muito do que é comum, nariz escorrendo, mal-estar, dor muscular, todas são bem parecidas com uma gripe”, explica o médico.

Quando deve ser feito o teste?

De acordo com o infectologista Rafael Albuquerque, a partir do terceiro dia de sintomas, já se recomenda que se faça o teste RT-PCR, para confirmar ou descartar o diagnóstico da doença. “Em relação ao teste, continua sendo o RT-PCR, o mais indicado sempre para todas as variantes e não muda muito o período de teste, terceiro, quarto até o sétimo dia de doença”, confirma.

Variantes registradas no Tocantins? Como se proteger?

Até o momento, o Estado dispõe de 237 amostras sequenciadas, das quais 137 amostras, ou seja 57,80% dos genomas, são atribuídas à variante Gama (P.1) e uma foi identificada com a sequência genômica compatível com a variante Delta (B.1.617.2).

Para a prevenção contra a cepa original e contra todas as variantes, é necessário combinar as medidas não farmacológicas com a vacinação. “A variante Delta é mais transmissível que a variante inicial, mas não se pode dizer que ela é mais letal. Ela mostrou uma letalidade menor que as outras variantes, talvez porque hoje temos mais pessoas vacinadas, o que consegue amenizar os sintomas e ter desfechos mais favoráveis. E as medidas de proteção para essa variante são as mesmas que adotamos para as outras: uso de máscara, distanciamento social, evitar aglomerações e manter a higiene das mãos”, pontua o infectologista.

Rafael Albuquerque acrescenta ainda que não há um fluxo especial de atendimento para pacientes infectados com a variante Delta. “O fluxo desse paciente no hospital vai ser o mesmo, não vai ter um fluxo especial para quem tem uma variante ou outra”, complementa.

Variante delta nos estados

Conforme o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, referente à Semana Epidemiológica 31, de 1° a 7 de agosto, até esta data, quinta-feira, 19, há registro de casos da variante delta nos seguintes estados: Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Paraná. Nesses estados, o número é de 569 casos registrados.