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Cultura

A comissão julgadora da segunda etapa do concurso da Antologia Tocantina 2021 – José Gomes Sobrinho habilitou 417 poemas de um total de 129 poetas inscritos. 

O primeiro lugar geral ficou com Carlos de Baima, de Palmas, com o poema “Cântico XVII (À Cecília Meireles)”, alcançando 124 pontos. O segundo lugar foi para Jádson Barros Neves, de Guaraí, com a obra “Heráclito”, obtendo 121 pontos; o terceiro lugar ficou com Roberto Antônio Penedo do Amaral, de Palmas, com o poema “Desejo Cão”, que teve 113 pontos; o quarto ficou com Wédna Cunha Alves, também de Palmas, com o texto “Eu Faço Crochê para Me Livrar de Mim”, chegando a 108 pontos; e o quinto colocado foi Carlos de Baima, com o poema “Tinta e Poesia”, obtendo 107 pontos. 

Os cinco primeiro colocados receberão, respectivamente, R$ 2.500,00; R$ 2.000,00; R$ 1.500,00; R$ 1.000,00; e R$ 500,00, além, é claro, de terem seus poemas impressos no livro-antologia, juntamente com os outros 50 textos selecionados, perfazendo um total de 55 poemas. 

Aprovado no edital de literatura da Lei Aldir Blanc no Tocantins, o concurso entrará agora na sua terceira etapa, qual seja, a publicação dos melhores textos que comporão o livro-antologia. A previsão é de que a premiação dos vencedores e o lançamento do livro deverão ser realizados em novembro, em Palmas. 

Lista dos poemas selecionados

A lista completa contendo todos os 55 poemas selecionados está disponível na página do Facebook do Projeto. Lembrando que os mesmos estão por ordem de classificação e não por ordem alfabética. E que, caso o autor ou autora não comprovar residência no Estado do Tocantins, será automaticamente desclassificado.

Prazo para entrega de documentação

Os poetas selecionados têm até as 23h59 do dia 25 de setembro desse ano, para enviar via e-mail cópias em formato PDF de documentos pessoais e também a autorização sobre cada poema para impressão no livro. No caso da pessoa contar com mais de um poema selecionado, a autorização pode englobar todos os textos de sua autoria. “Enviaremos e-mail para cada autor selecionado, já anexando o modelo do termo de autorização, para facilitar”, ressalta o editor do projeto, Ronaldo Teixeira.

Já com relação aos cinco primeiros colocados, que receberão também a premiação em dinheiro prevista, no momento oportuno, a comissão organizadora irá solicitar a apresentação das notas fiscais e contas bancárias para a efetuação dos pagamentos.

Para Ronaldo Teixeira, o projeto é uma ação que deveria ser adotada pelo Governo do Tocantins, para realizá-la a cada cinco anos, no máximo. “Fico feliz de realizar esse raio x da cena poética do Estado, mas penso que ações desse calibre deveriam ser políticas públicas permanentes de Cultura, como já houve em anos anteriores no Tocantins. E também se estender para outros campos, como a prosa, a artes visuais, etc”, afirmou.

Selecionados por municípios

O município tocantinense com maior número de poemas selecionados foi Palmas, com 35 poemas; seguido por Araguaína, com cinco; depois Porto Nacional, Guaraí, e Araguatins, com quatro cada; Arraias, com dois; e Augustinópolis, com apenas um texto.

Comissão Julgadora

A Comissão Julgadora da Antologia Tocantina 2021 – José Gomes Sobrinho foi formada pela poeta e educadora Marinalva Barros; pelo poeta e escritor Paulo Aires Marinho; pelo poeta e artista visual, Ciro Gonçalves; pelo compositor e escritor Antonio José Roveroni; e pelo poeta e jornalista Gilson Cavalcante. Os quesitos utilizados pela Comissão foram: originalidade; uso da linguagem; e teor (conteúdo). Em comum acordo, os integrantes da comissão pontuaram entre 0 e 10 pontos em cada quesito.

Marinalva Barros, presidente da comissão, destacou a necessidade de se realizar constantemente iniciativas pontuais como o projeto do concurso: “Foi muito prazeroso participar dessa comissão julgadora dos poemas da Antologia Tocantina 2021 – José Gomes Sobrinho, porque é um encontro bacana da palavra, dos jovens poetas, dos poetas já de mais estrada, então, encontrar tudo isso foi muito legal. Ir ao encontro dessas emoções colocadas no papel, em formas de palavras, eu achei muito enriquecedor. E é um caminho para ser partilhado, é algo para acontecer sempre, um espaço permanente para a expressão da palavra, da poesia, da emoção e da arte”, destacou, frisando ainda que, também em comum acordo, a comissão decidiu pontuar a partir de 03 pontos cada quesito, afirmando que só a iniciativa do poeta em se inscrever já valeria essa pontuação mínima.

Já sobre a seleção dos melhores textos para compor o livro, Ronaldo Teixeira revela que foi muito difícil, devido à grande quantidade e qualidade dos poemas. “Tive que selecionar a partir da nota mínima geral de 82 pontos, em face de duas questões: a primeira, trata-se de editar uma antologia com alta qualidade literária, que pode vir a ser um marco na história da literatura no Estado; e a segunda, refere-se ao orçamento para edição do livro, que prevê uma obra de 80 a 100 páginas, devido ao custo financeiro”, finalizou o editor.

Para Gilson Cavalcante, julgar poemas não é fácil. “Julgar não é tarefa fácil, principalmente quando se trata de um certame literário", disse.  O Poeta e jornalista diz que ficou surpreso com o número de inscrições "o que demonstra o interesse de gente nova em se aventurar pela seara desse gênero. Confesso que não foi fácil escolher os cinco primeiros colocados, que se destacaram com uma produção de alta qualidade. À grande maioria dos participantes sugiro que leiam mais poesia de bons autores e estudem sobre a estética dessa arte, que exige conhecimento da linguagem, conteúdo, forma e estruturação de um poema”, aponta o poeta.

Já Antonio José Roveroni destaca a rica oportunidade de ter aprendido muito analisando os poemas. “Participar do Concurso Antologia Tocantina 2021 – José Gomes Sobrinho foi mais que uma oportunidade de ter boa leitura. Foi poder conhecer melhor os amigos do corpo de jurados e, sobretudo, aprender muito analisando as 1.560 avaliações que fizemos. Aprender assim é um grande privilégio”, disse o escritor e compositor.

Paulo Aires Marinho reforça o lugar da poesia na vida diária de cada um de nós, ainda mais nesses tempos trevosos. “Alguém já disse que a poesia não marca hora e nem lugar. Há também quem tenha dito que a poesia comove ou não comove, no sentido de mover com. É gratificante saber que, em um tempo marcado por tantas indiferenças, há quem se interesse e se dedique à tarefa de suscitar em nós a crença de que a poesia nos sacode e nos faz mais humanos. Esta é a sensação que tenho ao conhecer a beleza e a importância deste projeto, Antologia Tocantina 2021 – José Gomes Sobrinho”, ressaltou o poeta.

E Ciro Gonçalves ressalta a diversidade temática presente no certame. “Feliz por me deparar com tanto interesse e tanta diversidade de temas abordados nos poemas inscritos na Antologia Tocantina. Mais feliz ainda por perceber que ao final das avaliações os poemas selecionados representaram mais do que as belezas e os costumes locais mais tradicionais. Os poemas da Antologia Tocantina 2021 – José Gomes Sobrinho representam um belo recorte do que se sente e do que se escreve por aqui, pelo vasto Tocantins, interior afora”, apontou o poeta.

A seguir, uma pequena bio de cada um dos integrantes da comissão julgadora:

Marinalva Barros

Marinalva do Rego Barros Silva é natural de Porto Nacional, morou em Gurupi e atualmente reside em Palmas, capital. Poeta e historiadora, é Mestre em Educação (UNB); Doutora em Artes (UNESP); professora da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) desde 2007; é pesquisadora em cultura tradicional do Tocantins. Possui co-autoria em diversas obras e em antologias poéticas, além de publicações de artigos em revistas científicas e em jornais.

Paulo Aires Marinho

Poeta. Natural de Divinópolis do Tocantins, já morou em Gurupi, Brasília (DF) e Palmas. Atualmente reside em Luzimangues, Distrito de Porto Nacional. Autor dos livros “Cantigas de Resistência” e “Perto do Fogo”. Recebeu o II Prêmio SESI Tocantinense de Poesia. Possui especialização em Gestão Pública e Sociedade (2010) pela Universidade Federal do Tocantins UFT. Graduado em Pedagogia pela Universidade de Gurupi UNIRG (1995).

Ciro Gonçalves

Quadrinista, ilustrador, caricaturista, artista plástico, escritor, advogado, publicitário e poeta. Nasceu em São Luís (MA) e cresceu em Palmas (TO). Foi membro da Associação de Artistas Visuais do Tocantins (Avisto) onde participou de diversas exposições individuais e coletivas. Também escreveu, ilustrou e publicou três livros através de editais da Prefeitura de Palmas. Atualmente mora no Rio de Janeiro.

Antonio José Roveroni

Paulista de Barretos reside há 30 anos em Gurupi. É professor da Universidade de Gurupi (UnirG), Mestre em Direito, concentração em Biodireito, Ética e Cidadania, Coordena o Programa de Extensão Hora Cidadã (UnirG), tentando levar Educação para a Cidadania. Parceiro musical como compositor de Paulo Albuquerque, Chico Chokolate, Dorivã, dentre outros, é um dos autores do clássico do cancioneiro tocantino, “Feira de Cá”, já gravadas por Chico Chokolate e Dorivã. Participou de Festivais de música e foi Colunista do Jornal Cocktail em Gurupi.

Gilson Cavalcante

Jornalista e poeta, nascido em Porangatu (GO), há quase 40 anos vive em Palmas (TO). Estreou com a publicação de “69 Poemas- Dos Lençóis e da Carne”, em parceria com Hélverton Baiano, seguido por “Lâmpadas ao Abismo”, “Ré/Ínventário da Paisagem”, “Poemas da Margem Esquerda do Rio de Dentro”, contemplado com menção especial no concurso literário nacional Prêmio Cidade de Juiz de Fora (2002). “O Bordado da Urtiga” obteve o prêmio da Bolsa de Publicações Maximiano da Matta Teixeira (2008), da Fundação Cultural do Tocantins. Em 2009 publicou “Anima Animus - O Decote de Vênus” e “Bonsai de Palavras”. Gilson Cavalcante, agora, coloca do mercado editorial mais duas obras poéticas: A arte de desmantelar calendários e O amor não acende velas, totalizando 10 obras publicadas.

Ronaldo Teixeira (Organizador e editor)

Ronaldo Coelho Teixeira, poeta, escritor e jornalista cearense, radicado no Tocantins. Por quatro (04) vezes foi ganhador da Bolsa Maximiano da Matta Teixeira, do Governo do Tocantins (inclusive, o último edital ProCultura, de 2013, ainda não pago pelo Estado), formatando, ele mesmo, todos os projetos literários de sua autoria, como Visuautoretrato, sobre a vida e obra do artista plástico Mauro Cunha (In Memorian), que ficou como suplente e Agenda Tocantina 2015; Formatou e emplacou outros projetos em outras áreas para diversos artistas, como de Música, do cantor e compositor Dorivã “Folia Dourada” – Gravação de CD de Música e também de Chiquinho Chokolate. Formatou o Projeto Meninos do São João, do cantor Dorivã, no edital Itaú/Unicef 2015/2016, que chegou a ser finalista em Goiânia, Goiás; aprovou o seu Projeto Circuito Oficineiro – Oficina de Formatação de Projetos Culturais no Promic 2019, da Prefeitura de Palmas, realizando-o entre junho e julho desse ano na capital; formatou o projeto "Feira de Cá - Keila Lipe Interpreta Sucessos Tocantinenses nas Feiras de Palmas", aprovado no Promic 2019; e formatou o projeto "Chico Fran Entre Amigos", do referido cantor e compositor, aprovado no edital de Música da Lei Aldir Blanc no Tocantins. Participou ativamente do movimento cultural em Gurupi e no Estado do Tocantins, desde à época de Goiás, atuando como conselheiro municipal de Cultura e presidente da Associação de Artes de Gurupi (AAG). Atuou como coordenador de Arte e Cultura na Fundação Cultural de Gurupi e depois Secretaria Municipal de Cultura de Gurupi, entre 2005 e 2012.

Lei Aldir Blanc no Tocantins

A Lei Aldir Blanc (Projeto de Lei 1.075/2020) objetivou aos municípios a possibilidade de gerarem renda mensal emergencial de R$ 600 aos trabalhadores do setor, subsídios para a manutenção de espaços artístico-culturais e a promoção de instrumentos como editais e prêmios, entre outros. O montante aplicado pelo Ministério do Turismo por meio da Secretaria Especial da Cultura - mas não utilizado por todos os municípios brasileiros, infelizmente - é algo inédito na história dos investimentos públicos na área da Cultura, além de representar um auxílio extremamente necessário aos agentes da Cultura nesse momento de pandemia. Foram R$ 3 bilhões em recursos para todo o país. Para o Tocantins, o repasse foi de R$ 35.137.985,22, segundo o Governo do Tocantins, por meio da Agência do Desenvolvimento do Turismo, Cultura e Economia Criativa (Adetuc).