Lojistas em São Paulo, Isabela Marques e Josiane Massone trabalham com revenda de peças artesanais de todo o Brasil. Compram mensalmente de 35 artesãos fixos e aproveitam as feiras para realizar rodadas de negócios e adquirir novos produtos. Elas ficaram encantadas com a cestaria Karajá levada ao 14º Salão do Artesanato Brasileiro por José Uriawa Karajá, natural da Aldeia Macaúba e morador de Lagoa da Confusão, que participou da seleção realizada pela Agência do Desenvolvimento do Turismo, Cultura e Economia Criativa (Adetuc), e expõe peças produzidas por sua família em cerâmica, palha de buriti e madeira.
A arte indígena também está representada pelo Centro Cultural Kájre (Goiatins), com peças da etnia Krahô, em especial biojoias e cofos (cestos de palha), que chamaram a atenção de Marco Aurélio Pulcherio, proprietário de uma agência comercial em São Paulo que abastece lojas especializadas em todo o País. "Já tinha trabalhado com cestaria do Amazonas", conta ele, ao explicar o interesse pelos cofos do povo Krahô. "São peças com muita identidade, bom acabamento", explica.
Bons negócios
O 14° Salão do Artesanato - Raízes Brasileiras tem o patrocínio do Sebrae e do BRB, e conta com o apoio Institucional do Programa do Artesanato Brasileiro/ Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade – SEPEC/Ministério da Economia. Seu objetivo é fomentar e promover o artesanato, reunindo expositores nacionais e internacionais que comercializam e expõem seus artigos, seja por meio de seleção feita pelos governos estaduais ou individualmente.
Há uma grande expectativa em torno do evento aberto nesta quarta, 27, em Brasília, já que é o primeiro realizado após a pandemia de Covid-19. “Nossos expositores comercializaram peças antes mesmo da abertura”, comemora o superintendente de Cultura Remilvan Milhomem.
O artesão e percussionista Márcio Bello confirma as boas expectativas, revelando que já fez vendas prévias durante a montagem da exposição. Ele levou a Brasília o resultado de sua pesquisa em confecção de instrumentos tradicionais, em especial os tambores de barro, o roncador, o fuxico, o caxambu, caixas de folia e miniaturas iconográficas do Tocantins.
Maria Elza, que representa a Associação das Mulheres Artesãs e Empreendedoras do Lajeado, revela que não participava de uma feira desde 2019. Segundo ela, além das vendas diretas, o evento é uma boa oportunidade para conquistar novos clientes para vendas posteriores da cerâmica vermelha de Lajeado.
Também representam o artesanato tocantinense Edina Martins Borges, de Xambioá, com biojoias em madeira (marchetaria), osso, sementes, coco babaçu; Josias de Souza Menezes, de Gurupi, com peças em madeira. O capim dourado, que sempre conquista as atenções, está presente por meio da Associação Dianopolina de Artesãos (Dianópolis) e da Associação Dourada (Novo Jardim). “A Adetuc apoia esta importante iniciativa de fomento à economia criativa custeando as despesas referentes ao transporte rodoviário das mercadorias e dos artesãos”, ressalta o presidente da Pasta, Jairo Mariano. O grupo de artesãos está acompanhado por técnicos da Pasta.