O espetáculo teatral “ZÉ: Crônicas e Poesias de José Gomes Sobrinho” é parte do repertório da Companhia de Teatro A Barraca há mais de seis anos. Neste período, o espetáculo foi apresentado em feiras, ruas e praças em Palmas, contudo, ainda não circulou pelo interior do Tocantins. Pela primeira vez, o “ZÉ: Crônicas e Poesias de José Gomes Sobrinho” entrará em turnê pelo interior tocantinense.
A estreia do projeto de circulação acontece nesta segunda-feira, 1º, com apresentação às 18 horas, no Centro das Crianças, em Porto Nacional. De lá, a Companhia segue com apresentações em Araguaína (2/11), Gurupi (6/11) e Paraíso do Tocantins (7/11). Todas as apresentações têm entrada franca e as apresentações acontecem em locais de grande circulação e fácil acessibilidade do público, como feiras e praças, parques, quadras esportivas e etc.
A apresentação oferece performances literárias em homenagem ao poeta referência no Tocantins, José Gomes Sobrinho (in memorian), unindo teatro, música, dança e muita cultura popular. O elenco é formado pelas atrizes Cleuda Milhomem, Cinthia Abreu, Iva de Oliveira, Leidiane Martins e Magna Carneiro, que se reveza com cenas que incluem uma composição cênica ator-conceito-linguagem para expor a visão artística de José Gomes Sobrinho. Além da linguagem de cultura popular no teatro de rua, o espetáculo traz uma proposta diferenciada até na execução musical, com instrumentos nada convencionais, como pedaços de telha, azulejo, canos, serrote, martelo, balde com água e pilão, entre outros elementos.
Espetáculo
Resgatando a linguagem mambembe, a proposta de Zé é abordar o mundo lírico do poeta José Gomes Sobrinho (in memorian), por meio de seus textos, música e principalmente pelo modo como as pessoas o viam, trazendo à tona sua visão de mundo, suas concepções a cerca da vida e de sua realidade.
A primeira montagem do espetáculo aconteceu no ano de 2014, em homenagem aos dez anos de falecimento do poeta que é referência para a cultura tocantinense. A direção é de Nival Correia, com a atriz Magna Carneiro como assistente de direção.
Atriz e assistente de direção Magna Carneiro afirma que a peça traz não só uma releitura das obras do artista com música, dança e interpretação teatral, mas também da vida particular do artista. “Mostramos ao público um Zé que todo mundo tem uma história para contar, um episódio que vivenciou, buscando estimular o público a compreender subjetivamente as concepções que norteavam o artista a cerca de suas obras e da vida”, ressalta.
Oficina
Em todos os municípios, as atrizes de A Barraca Cia de Artes ministram gratuitamente à comunidade local a oficina “Literatura em Cena”, que vai mostrar técnicas simples para interpretar poemas, crônicas e poesias por meio de diferentes linguagens artísticas. Serão demonstrados e executados com teoria e prática o passo a passo para montagem de esquetes e espetáculos baseados na literatura regional. “Serão trabalhados conteúdos como a importância de unir diferentes linguagens artísticas e suas interfaces; criação e montagem de esquetes e espetáculos; dramaturgia, encenação e aproximação com culturas regionais; e a inserção de temáticas interdisciplinares utilizando a literatura”, complementa a atriz Iva de Oliveira.
História
A Barraca foi criada em 2002 e surgiu da necessidade de um grupo de artistas em fomentar a cultura de um modo geral. Sempre focando a importância da arte como instrumento de transformação e integração social das diferentes camadas da sociedade, é que a Barraca busca levantar discussão referente à cultura, a arte e a educação (para a saúde, o trânsito o meio ambiente e etc), principalmente realizando trabalhos e intercâmbios entre especialistas, profissionais da arte, e sociedade. Os espetáculos e esquetes realizados pela
A Cia utiliza, em sua maioria, a linguagem de teatro de rua permitindo assim a apresentação de seus trabalhos em diversos espaços e oportunizando o acesso à cultura e a arte à sociedade em geral, principalmente às camadas com maior dificuldade de acesso aos espaços de promoção da cultura e arte em nossa cidade.
Homenageado
Nascido em 1935, em Garanhuns (PE), José Gomes Sobrinho chegou ao Tocantins em 1989. Presidente do Conselho Estadual de Cultura, José Gomes Sobrinho era acadêmico da Academia Tocantinense de Letras (ATL), ocupante da cadeira nº, 28 e da Academia Palmense de Letras (APL), cadeira 09. Autor de 13 livros publicados, José Gomes presidia também o Fórum Nacional de Conselheiros Estaduais de Cultura. Em 2004, o Espaço Cultural de Palmas recebeu o nome Espaço Cultural José Gomes Sobrinho em homenagem ao poeta.