Após a definição dos vencedores do leilão do 5G, realizado na última semana pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), começaram a criar corpo as enormes expectativas em torno da evolução da rede móvel vigente no Brasil, que irá possibilitar uma diversidade de novos serviços, como indústrias verticais, veículos conectados, Internet das Coisas (IoT) e realidade virtual.
Apesar dos muitos aspectos positivos, esse upgrade tecnológico também é motivo de preocupação, uma vez que os novos serviços exigirão acesso rápido e total tanto à rede como aos dados. E já é certo que os recursos de segurança e privacidade de um sistema como a tecnologia 5G devem ser alvo de grandes desafios, pelo fato de que eles não podem ser simplesmente readequados. A abordagem de segurança hoje utilizada pode não ser eficiente para construir uma segurança de ponta a ponta, que deve ser padrão para vários serviços com a nova tecnologia.
Segundo o engenheiro eletrônico Ruy Rede, especialista em Compliance, Inovação e automação e CEO da Beelegal Soluções Tecnológicas, são vários os desafios que devem ser enfrentados por empresas e usuários nessa jornada de adequação. "Com o 5G, o aumento de velocidade da rede acontecerá de forma brutal, se compararmos com o que temos hoje, e isso vai abrir uma porta imensa para as possibilidades de conexão, mas com alguns riscos de segurança e privacidade. E para poder aproveitar toda a tecnologia que vem com o 5G, as empresas deverão ter uma preocupação muito maior com sua arquitetura de hardware, com servidores, equipamentos e controladores de comunicação".
Segundo ele, outro ponto de preocupação é a quantidade de ataques cibernéticos, que deve aumentar, tornando as empresas ainda mais vulneráveis. "O segredo está em planejamento e prevenção, já que a velocidade dos ataques será muito maior. Isso inclui um planejamento de privacidade avançado e um mapeamento de dados constante, com análises de possibilidades de furo. Porque não é mais se o problema vai acontecer, e sim quando vai ocorrer".