O modelo de política ambiental adotado pela Prefeitura de Palmas pode permitir que o município adote o Programa Lixo Orgânico Zero, que utiliza o método desenvolvido na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em Lages, desde 2012 e que já é reconhecido nacionalmente como redutor de resíduos em áreas urbanas.
O método está sendo apresentado por meio da Oficina de Compostagem de Resíduos Sólidos Urbanos, evento realizado pelo Ministério Público do Tocantins (MPTO) e que integra as atividades da Rede 'TO Sustentável’, da qual Palmas é signatária, junto com o Tribunal de Justiça do Tocantins, e que reúne, ainda, o MPTO, Tribunal de Contas do Estado (TCE), Defensoria Pública Estadual (DPE), Universidade Federal do Tocantins (UFT), Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), Tribunal Regional Eleitoral (TRE), governo do Estado, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Agência Tocantinense de Saneamento (ATS).
Nessa terça-feira, 23, o espaço utilizado para as oficinas foram o Ecoponto de Galhadas, no período da manhã e a Escola Rural de Tempo Integral Fidêncio Bogo, localizada na região de Taquaruçu Grande. Nesta quarta-feira, 24, último dia do evento, a Oficina de Compostagem de Resíduos Sólidos Urbano será realizada na Escola de Tempo Integral Almirante Tamandaré, localizada na Arse 132.
No Ecoponto de Galhadas, mantido pela Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seisp) o município recebe resíduos de podas de árvores para trituração e uso como composto orgânico, para adubar canteiros e hortas em praças, jardins, avenidas e escolas do Município.
Já a ETI Rural Fidêncio Bogo é um dos locais que recebe este composto orgânico, além de também já realizar a compostagem de seus próprios resíduos. A expectativa é que o método desenvolvido em Lages seja mais uma alternativa de compostagem orgânica.
Zerar produção de lixo orgânico
Segundo o coordenador do Programa Lixo Orgânico Zero e professor do Departamento de Agronomia da Udesc, Germano Gütteler, com o emprego desse modelo é possível zerar a produção de lixo orgânico, em qualquer ambiente.
Ele explicou que o método consiste num processo que dispensa o uso das composteiras, fazendo a deposição do material diretamente sobre o solo de canteiros, em camadas de até 20 a 30 cm e o plantio é feito direto sobre a compostagem. “Entre os benefícios desse modelo está o fato dele poder ser feito em qualquer espaço, por menor que seja aliado à baixa necessidade de irrigação e o fato de não gerar odores. Essa compostagem é muito adequada para espaços urbanos”, explica Güttler.
O professor lembrou ainda que com o método de lixo orgânico zero é possível aumentar a vida útil dos aterros sanitários, minimizar problemas de manejo desses espaços, com a diminuição de materiais que podem afetar o meio ambiente e ainda transformar o que seria lixo em adubo orgânico para produção de alimentos de alta qualidade, uma vez que essas compostagens são muito utilizadas, por exemplo, em hortas.
Além dos espaços municipais, as aulas teóricas foram ministradas no auditório do Ministério Público do Tocantins.