Conexão Tocantins - O Brasil que se encontra aqui é visto pelo mundo
Saúde

Quirino Dias, ancião falecido em janeiro, com suspeita de tuberculose.

Quirino Dias, ancião falecido em janeiro, com suspeita de tuberculose. Foto: Divulgação Indtins

Foto: Divulgação Indtins Quirino Dias, ancião falecido em janeiro, com suspeita de tuberculose. Quirino Dias, ancião falecido em janeiro, com suspeita de tuberculose.

A aldeia do Prata, comunidade localizada próximo ao município de Augustinópolis, enfrenta um possível surto de tuberculose que pode atingir todo o Povo caso não haja diagnóstico e posterior tratamento dos casos suspeitos. Elias Apinajé, um dos casos suspeitos, se encontra internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de Palmas com sintomas de doença respiratória grave.

Filho de Quirino Dias, ancião falecido em janeiro, com suspeita de tuberculose, o cacique da comunidade, Joel Apinajé, conta que já houve três casos suspeitos desde janeiro deste ano. “E até hoje nunca o pessoal da saúde veio fazer diagnóstico […] A gente fica preocupado com uma situação dessa, a nossa saúde aqui está péssima, atendimento tá lento, tá devagar, as consultas são lentas, e está cada vez mais desenvolvendo doença na aldeia”, afirma. 

Em nota pública a Associação Pempxà (união das aldeias Apinajé), relata que há negligência do Polo Base Indígena-PBI/SESAI, visto que o primeiro caso confirmado aconteceu em março, com a indígena Ivaneide Dias Apinajé. Na ocasião foram solicitados com urgência exames laboratoriais de diagnóstico da tuberculose dos familiares e outras pessoas que tiveram contato com a paciente ainda em 30 de março, mas conforme a Associação, até o momento os exames não foram efetuados.

A presidente do Instituto Indígena, Narubia Werreria, se manifestou sobre a situação. “É muito grave que tenhamos um surto de uma doença que existe um tratamento simples e eficaz. É um atestado do completo descaso com a saúde indígena”, ressalta.

Integrante da Associação Pempxà, Antônio Apinajé afirma que as suspeitas são anteriores à confirmação da doença em Ivaneide Dias e reivindica ações. “Diante dessa situação estamos cobrando da Sesai/DSEI-TO [Distrito de Saúde Indígena] que apresente Relatório sobre esses casos e sejam adotadas medidas preventivas para evitar que mais pessoas fiquem doentes”, cobra. 

O cacique Joel Apinajé também revela que a comunidade é abastecida com água contaminada. “A nossa caixa d’água, a nossa bomba está péssima, porque não está mais segurando na água, a caixa d’água tá suja, a bomba liga direto e nós já solicitamos muito”, informa. Em março, a comunidade realizou uma manifestação pressionando que o problema da água seja resolvido, chegando a aprender um veículo da Saúde para pressionar que a manutenção da bomba fosse realizada, as manifestações não surtiram efeito e a aldeia de mais de 250 pessoas segue consumindo água sem tratamento.

Educação

De acordo com o Instituto Indígena, o Povo Apinajé, em conjunto com o Povo Krahô, também enfrenta a falta de escolas, transporte e material escolar. São mais de 200 indígenas sem acesso à educação, por falta de implantação de escolas na comunidade e pela precariedade das estradas até os centros urbanos.

Em janeiro o Povo Apinajé realizou uma manifestação em Tocantinópolis expondo a negligência do Governo Estadual que municipalizou o transporte escolar mudando a rota dos ônibus escolares que deixaram de atender as crianças e adolescentes indígenas nas aldeias.

INDTINS uma organização de indígenas para Indígenas

Fundado em 2002, o Instituto Indígena do Tocantins é uma Organização sem fins lucrativos formada por integrantes Indígenas de diferentes etnias e luta pela preservação do meio ambiente e a defesa dos direitos dos povos originários tocantinenses. Para acompanhar as ações do Instituto basta visitar suas redes sociais o Instagram e o Facebook.