Servidora de Palmas há 25 anos, a assistente social Eulália Barbosa aproveitou a realização de audiência pública da saúde na Câmara de Palmas, na manhã desta quarta-feira, 25, para questionar a falta de apoio dos vereadores em relação à equiparação salarial aos servidores da saúde da Capital. "Estou aqui, sim, lutando pela equiparação salarial. E eu fico muito triste de saber que os vereadores e vereadoras desta Casa nunca conseguiram pegar, de fato, essa pauta e tocar com a gente. Por que que vocês têm tanto medo de nos apoiar na pauta da equiparação salarial, gente?", questionou.
Na tribuna da Câmara, Eulália salientou que a prefeita Cinthia Ribeiro é favorável à equiparação salarial da categoria, mas que o secretário de Saúde, Thiago de Paula Marconi, presente na audiência, tem atrapalhado. "Eu já ouvi a prefeita de Palmas (Cinthia Ribeiro) dizer que é uma questão de honra para ela. Então eu só posso achar que quem está atrapalhando a prefeita é o secretário municipal de saúde. Em todo lugar que ela vai, ela diz que é a favor da equiparação porque sabe que nós precisamos", afirmou.
De acordo com Eulália, o secretário é contra esta pauta. "Ele foi, inclusive, muito grosseiro comigo numa audiência que eu tive no gabinete dele. Eu tive que me retirar porque não suportei a forma sarcástica e grosseira que eles nos tratou e olha que ele é servidor público", contou.
A assistente social informou atuar em três unidades básicas de saúde e sobreviver do seu salário. "Vivo do meu salário de servidora pública há mais de 25 anos e vou me aposentar com 40% a menos no meu salário. Isso é triste demais!", lamentou. Segundo a assistente, além dos discursos "sensacionalistas da mídia" em os colocarem como guerreiros, os servidores da saúde, segundo Eulália, querem "efetividade na ação".
"Não adianta me olhar com essa cara!"
Após informar sobre a existência de milhares de planilhas com cálculos que podem mostrar que "não vai haver impactos destrutivos na saúde", Eulália direcionou-se ao secretário Thiago: "Você sabe disso, Thiago! Não adianta você me olhar com essa cara, de forma desrespeitosa, de forma debochada como você é, sempre, com os servidores, entendeu!", alfinetou Eulália.
Posicionamento do Secretário
Em sua defesa, o secretário Thiago de Paula Marconi disse que a demanda de equiparação salarial "não é de hoje" e que haverá sim impacto - de cerca de R$ 15 milhões ao ano. "Temos impacto sim e esse impacto é para a população em geral', disse. Segundo ele, a equiparação é "uma ordem" da prefeita Cinthia e será efetivada. "Vai ser realizada essa equiparação salarial. A gente está adequando os cálculos para um prejuízo menor na conta da população", informou.
O secretário explicou estar em tratativas com o Sindicato dos Servidores Públicos de Palmas (Sisemp). O presidente do Sindicato, Heguel Albuquerque estava na audiência. "Sinceramente, não entendo esse movimento. Já até sabem, mais ou menos, que a gente vai ter que fazer de uma forma escalonada para que a população em geral não seja prejudicada e o pleito dos servidores seja realizado. Vai ser realizado, é uma determinação da prefeita", confirmou. A equiparação, segundo o secretário, deve ocorrer a partir de 2023.
