Acusada de encomendar a morte do marido, Ismaurina A. R. foi condenada a 14 anos e 6 meses de prisão, em sessão do Tribunal de Júri realizado em Porto Nacional nessa segunda-feira, 8. O conselho acompanhou as teses do MPTO e considerou que o crime foi praticado por emboscada e motivo torpe.
O crime ocorreu em Luzimangues, distrito de Porto Nacional, em 2015, e teve grande repercussão na época. Ismaurina e o marido estavam em processo de separação e a morte teria sido encomendada para que a dona de casa pudesse ficar com os bens do marido.
Em 2017, um dos acusados de executar a vítima foi absolvido pelo Tribunal de Júri, outro, que seria o autor dos disparos, ainda aguarda julgamento.
Temporadas de Júris
Integrante do Núcleo do Tribunal do Júri (MPNujuri), o promotor de Justiça Breno Simonassi destacou que o julgamento de Ismaurina era um dos casos de repercussão aguardado para 3ª e 4ª temporadas de Júris, iniciadas na última semana em Porto Nacional. Mais de 30 processos devem ser julgados até novembro.
O Tribunal de Júri é o órgão do Poder Judiciário que tem a competência para julgar os crimes dolosos, ou intencionais, contra a vida. No Brasil, é considerado o instituto mais democrático dentro do Judiciário, já que é formado por cidadãos escolhidos aleatoriamente na população local.
Como os jurados são pessoas comuns, a promotoria e a defesa precisam utilizar discursos bem preparados para sustentar suas conclusões sobre cada caso. Para Simonassi, esta é a vitrine da atuação ministerial e, por isso mesmo, um desafio que requer preparação e dedicação. “O que só aumenta a nossa responsabilidade, como promotor de Justiça, de realizar um trabalho com toda a dedicação possível para que continue com os resultados positivos já alcançados”, pontuou. (MPTO)