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Polí­tica

Um dia após a derrota no Senado, o bolsonarismo voltou a sofrer nesta quinta-feira, 2, outros dois duros golpes com a prisão do ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) e a notícia da renúncia do senador Marcos do Val (Podemos-ES).

Do Val anunciou a renúncia nas redes sociais na manhã de hoje – um dia após participar da eleição da mesa diretora do Senado, na qual apoiava Marinho. Marcos do Val chegou a postar fotos com outros senadores bolsonaristas segurando placas contra o presidente Lula (PT), que apoiava a reeleição de Pacheco.

Na manhã desta quinta-feira ele anunciou a saída definitiva da política. “Perdi a convivência com minha família, em especial minha filha. Nos próximos dias, darei entrada no pedido de afastamento do Senado e voltarei para minha carreira nos EUA [...] as ofensas que tenho vivenciado, estão sendo muito pesadas para minha família”, escreveu o senador.

Na publicação Do Val não mencionou as razões para a desistência, mas em entrevista à GloboNews, do Val disse que um dos motivos foi uma conversa que teve com o ex-deputado Daniel Silveira e presenciada pelo então presidente Jair Bolsonaro, no qual ele [Silveira] sugeria uma armação para comprometer o ministro do STF, Alexandre de Moraes e impedir o presidente Lula (PT) de tomar posse. 

Como que roteirizado, também na manhã de hoje, Daniel Silveira foi preso pela Polícia Federal por ordem de Alexandre de Moraes. O ex-deputado descumpriu a determinação de usar tornozeleira eletrônica e se manter ausente das redes sociais.

Silveira foi condenado em abril do ano passado por estimular atos antidemocráticos. A pena de oito anos de prisão do ex-deputado foi perdoada pelo então presidente Jair Bolsonaro, mas permaneceu obrigado a usar tornozeleira e pagar multa. Ele chegou a se candidatar ao cargo de senador pelo Rio de Janeiro (RJ) em 2022, mas perdeu as eleições e, consequentemente, o foro privilegiado que tinha como parlamentar, que havia sido garantido até ontem, quando acabou a vigência de seu cargo como deputado federal.

A reportagem do Conexão Tocantins tentou ouvir parlamentares tocantinenses alinhados com o bolsonarismo no Congresso Nacional, mas os políticos não quiseram comentar a crise.

Na tarde desta quinta-feira, mostrando um movimento titubeante, Do Val voltou atrás na decisão de renunciar e afirmou que, depois de ouvir vários companheiros que pediram sua reconsideração, decidiu se manter no cargo e trabalhar para a instalação de uma CPI, para investigar suposta omissão por parte do atual Governo Federal no combate aos vândalos que invadiram e depredaram as sedes dos três poderes em Brasília/DF. (Atualizada às 18h20)