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Campo

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) encaminhou um ofício ao Ministério da Fazenda solicitando a suplementação orçamentária de R$ 1,5 bilhão para equalização das taxas de juros dos programas oficiais de crédito rural.

No documento, assinado pelo presidente da CNA, João Martins, a entidade justificou que parte do orçamento de 2023, destinado a essa equalização, já está comprometida e diversas linhas de crédito, como os investimentos por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), estão suspensas.

De acordo com a Confederação, a elevação da taxa de juros e o orçamento insuficiente fez com que os recursos para a equalização das taxas no crédito rural acabassem antes do previsto. Além disso, a elevação dos custos de produção impactou no aumento do ticket médio das operações.

“Dessa forma, o produtor rural precisou de mais recursos para financiar sua produção e lançar mão de inovações tecnológicas necessárias ao desenvolvimento da agropecuária brasileira”, diz o ofício.

A entidade explicou que, com as interrupções das linhas de investimento, logo no início da safra 2022/2023, muitas operações ficaram paradas nas esteiras de crédito das instituições financeiras, atrasando os investimentos em itens que são gargalos do setor, como armazenagem, irrigação e práticas de agricultura de baixo carbono.

Os preços de alguns fertilizantes como a ureia e o cloreto de potássio aumentaram 30%, em média, de março de 2022 a fevereiro de 2023, ao passo que os preços da soja, milho e boi gordo caíram em torno de 20% no mesmo período.

Ainda no ofício, a CNA reconhece e entende as dificuldades enfrentadas com o orçamento. Entretanto, avalia que a aprovação e a liberação do volume de recursos solicitado é imprescindível e urgente para garantir a continuidade dos investimentos do setor.