Na próxima segunda-feira, 3, a Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas/TO) reunirá parlamentares estaduais e federais do Tocantins, parceiros e diversas empresas e instituições para apresentar as mais recentes instalações da Unidade: o Campo Experimental de Sistemas Agrícolas (CESAg), a Casa de Vegetação e o Biotério de Sanidade Aquícola.
Tais espaços receberam investimentos de emendas parlamentares, da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). “É importante mostrar para os nossos parceiros os frutos dos seus investimentos na Embrapa Pesca e Aquicultura”, destaca a chefe-geral Danielle de Bem Luiz.
Distribuído numa área de 25 hectares, o Campo Experimental de Sistemas Agrícolas é a realização de um antigo sonho de pesquisadores que trabalham na área e que tinham grandes dificuldades de desenvolverem seus experimentos. Orçado em mais de 100 mil reais, o Campo Experimental recebeu recursos do senador Eduardo Gomes (PL), do deputado federal Carlos Henrique Gaguim (União) e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Agora, no CESAg, estão sendo produzidas diversas culturas: soja, milho, sorgo, gergelim, algodão, amendoim, pastagens, mandioca e a maior novidade do momento, o trigo – cujo cultivo está sendo pesquisado para as condições do Cerrado.
“O CESAg é uma conquista do Núcleo de Pesquisa em Sistemas Agrícolas, que desde o início vinha trabalhando em áreas distantes da Embrapa. Hoje podemos pesquisar com o máximo de controle em nossa área experimental, com mais agilidade e com a possibilidade de análises mais refinadas pela proximidade dos nossos laboratórios e equipamentos”, comemora Leonardo Moreno, pesquisador e supervisor do Campo Experimental.
Outros espaços também receberam recursos externos
Enquanto o Campo Experimental de Sistemas Agrícolas recebeu recursos de emenda parlamentar, a Casa de Vegetação obteve financiamento da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Foram 176 mil reais investidos para a construção do espaço, onde atualmente são realizadas pesquisas sobre arroz e o percevejo castanho – conhecido por ser uma das mais agressivas pragas da cultura da soja. “A Casa de Vegetação possibilitará a condução de diversos tipos de experimentos nas áreas de entomologia, fitopatologia, solos, plantas daninhas, melhoramento genético de plantas e fitotecnia em geral, atendendo, assim, a demanda dos pesquisadores da Unidade”, enumera o pesquisador e responsável pela Casa de Vegetação, Daniel Fragoso.
Por fim, mas não menos importante, o último espaço que será apresentado aos convidados será o Biotério de Sanidade Aquícola. A estrutura já recebeu cerca de 1,1 milhão de reais de várias fontes, entre elas o projeto BRS Aqua (no qual houve aportes do BNDES, do Ministério da Agricultura, do Ministério da Pesca e Aquicultura e da própria Embrapa). O laboratório também contou com incentivos do senador Eduardo Gomes e financiamento da própria Embrapa Pesca e Aquicultura, por meio de reestruturações internas. “Com a otimização e redução de custos em outros processos internos, foi possível levar energia ao laboratório”, afirma Luciano do Carmo Rocha, chefe adjunto de Administração.
Tanto esforço se justifica. No Biotério de Sanidade Aquícola, será implementado o primeiro núcleo nacional de edição genômica de peixes, que permitirá a geração e diversificação de peixes com genética superior no mercado e o aumento da produtividade regional e nacional de pescado. “A implantação de um núcleo de edição genômica em peixes no Tocantins tem potencial de fomentar a cadeia produtiva regional e nacional com material genético superior, conforme as demandas do setor produtivo”, relata Eduardo Sousa Varela, supervisor do Setor de Gestão de Laboratórios (SGL). “Iremos desenvolver tecnologias nas principais espécies da aquicultura brasileira: tilápia e tambaqui. Para ambas nos concentraremos no desenvolvimento de linhagens de maior produtividade e, futuramente, pesquisas de peixes resistentes a doenças. No caso do tambaqui, estudaremos formas de eliminar a espinha em Y, que consiste num grande entrave para a indústria de processamento e que impacta diretamente no desenvolvimento de toda a cadeia”, planeja Varela.
A chefe adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Pesca e Aquicultura, Lícia Lundstedt, destaca a importância do incremento físico da Unidade: “Toda essa estrutura amplia significativamente a nossa capacidade instalada para atendermos as demandas crescentes, tanto para Sistemas Agrícolas, como na fronteira do conhecimento em genética e sanidade aquícola”.